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Netanyahu reitera para que forças da ONU 'saiam do caminho' no Líbano

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou na segunda-feira (14) as acusações de que tropas israelenses haviam deliberadamente atacado as forças de paz da Unifil (Força Interina das Nações Unidas no Líbano), classificando as falas como "completamente falsas".

O que aconteceu

Ele disse que os militares fizeram o máximo para evitar ferir a equipe da Unifil, enquanto atacavam os combatentes do Hezbollah. "Mas a melhor maneira de garantir a segurança do pessoal da Unifil é que a Unifil atenda à solicitação de Israel e saia temporariamente do caminho do perigo."

O primeiro-ministro reforçou que Israel pediu "repetidamente" para a força interina deixasse temporariamente a zona de combate, localizada ao lado da fronteira de Israel com o Líbano. A Unifil e países europeus com tropas na força, que tem mais de 10.000 homens, disseram que as IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em português) atacaram postos avançados deles por diversas vezes, ferindo cinco soldados.

"No dia em que Israel iniciou sua operação terrestre perto de nossa fronteira com o Líbano, pedimos a eles especificamente: 'Por favor, deixem esta área para que não sejam feridos'", disse Netanyahu.

O premiê acusa o Hezbollah de utilizar posições da Unifil como cobertura enquanto realiza ataques contra Israel. "Esses ataques tiraram a vida de muitos israelenses, incluindo ontem", disse, referindo-se a um ataque de drone que matou quatro soldados das IDF e feriu dezenas.

"Israel tem todo o direito de se defender do Hezbollah e continuará a fazê-lo", reforçou o premiê. Ele ainda voltou a dizer, segundo o The Times of Israel, que as IDF fazem tudo o que é possível para evitar danos aos soldados da força interina.

Israel diz que continuará atacando o Hezbollah

Netanyahu, prometeu, nesta segunda-feira (14), que seu país continuará "atacando sem piedade o Hezbollah" em todas as partes do Líbano, um dia após o bombardeio mais letal lançado pelo movimento islamista em território israelense desde o início da escalada. Após quase um ano de troca de disparos na fronteira entre Israel e Hezbollah, aliado do movimento palestino Hamas, o Exército israelense intensificou seus bombardeios contra o Líbano em 23 de setembro e, uma semana depois, lançou uma ofensiva terrestre.

O movimento islamista pró-iraniano lançou no domingo um bombardeio contra uma base de treinamento da brigada Golani em Binyamina, no norte de Israel. O ataque deixou quatro soldados mortos e foi o mais letal em território israelense desde 23 de setembro. Segundo a United Hatzalah, organização de socorristas voluntários, o bombardeio com drones também feriu mais de 60 pessoas.

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Netanyahu declarou que seu país continuará "atacando sem piedade o Hezbollah" em todas as partes do Líbano, incluindo Beirute, durante uma visita à base. O movimento xiita informou que seus milicianos enfrentam as forças israelenses em "combates violentos" na localidade libanesa de Aita al Shaab, perto da fronteira.

O Hezbollah também reivindicou um bombardeio com foguetes contra uma base naval perto de Haifa, no norte de Israel, um ataque contra um quartel próximo a Netanya, cidade costeira ao norte de Tel Aviv, e o lançamento de uma bateria de projéteis contra Safed. O Exército israelense, por sua vez, disse ter interceptado projéteis provenientes do Líbano no centro do país e também dois drones que se aproximavam vindos da Síria.

Não haverá retirada da Unifil

Os combates no Líbano também atingiram a força de paz da ONU mobilizada no sul do Líbano, a Unifil. O organismo acusou o Exército israelense de fazer disparos "repetidos" e "deliberados" contra suas instalações e denunciou "violações escandalosas" ao direito internacional, depois que tanques israelenses entraram "à força" em uma de suas posições.

O Exército israelense afirmou que um de seus tanques, "que tentava retirar soldados feridos [...] colidiu com um posto da Unifil". O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, cujo país tem capacetes azuis no Líbano, afirmou nesta segunda-feira que "não haverá retirada da Unifil" e criticou Netanyahu por ter exigido no domingo que a ONU colocasse seus soldados "fora de perigo".

"Os ataques contra as forças de paz violam o direito internacional...(e) podem constituir um crime de guerra", afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres.

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(Com AFP e Reuters)

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