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The Economist anuncia apoio a Kamala Harris na eleição dos EUA

O jornal The Economist, uma das publicações econômicas mais respeitada do mundo, divulgou hoje um editorial apoiando a candidatura da democrata Kamala Harris à presidência dos Estados Unidos.

O que aconteceu

"Riscos são maiores", diz jornal. A equipe do The Economist, que não se posicionou sobre a eleição de 2016, afirmou que agora os riscos são maiores, porque "as políticas do Sr. Trump são piores, o mundo é mais perigoso e muitas das pessoas sóbrias e responsáveis que refrearam seus piores instintos durante seu primeiro mandato foram substituídas por verdadeiros crentes, bajuladores e oportunistas".

"Trump parece querer voltar ao século 19", escrevem editores. Eles indicam que as políticas protecionistas do candidato republicano se assemelham às práticas econômicas da época, em que se usava "tarifas e isenções fiscais para recompensar seus amigos e punir seus inimigos, bem como para financiar o estado e minimizar os déficits comerciais".

Bons presidentes unem o país. O gênio político do Sr. Trump é fazer as pessoas se virarem umas contra as outras. Após a morte de George Floyd, ele sugeriu que o exército atirasse na perna dos manifestantes. A prosperidade da América depende da ideia de que as pessoas sejam tratadas de forma justa, independentemente de suas políticas; o Sr. Trump ameaçou virar o Departamento de Justiça contra seus inimigos políticos.
The Economist

Políticas econômicas de Trump seriam inflacionárias, afirma o Economist. "Elas arriscariam iniciar uma guerra comercial que acabaria empobrecendo a América. A combinação de inflação, déficits descontrolados e decadência institucional anteciparia o dia em que os estrangeiros se preocupariam em emprestar dinheiro ilimitado ao Tesouro dos EUA. A economia americana é a inveja do mundo, mas isso depende de ser um mercado aberto que abraça a destruição criativa, a inovação e a competição".

"Kamala significa estabilidade". O jornal tomou posição mista frente à candidata democrata, afirmando que ela é uma "máquina política decepcionante", por "ter lutado para dizer aos eleitores o que quer fazer com o poder" e parecer "indecisa e insegura". Ainda dizem que "é difícil imaginar a Sra. Harris sendo uma presidente estelar, embora as pessoas possam surpreender você", mas "você não pode imaginá-la causando uma catástrofe".

Presidentes não precisam ser santos e esperamos que uma segunda presidência de Trump evite o desastre. Mas o Sr. Trump representa um risco inaceitável para a América e o mundo. Se o The Economist tivesse um voto, nós o daríamos para a Sra. Harris.
The Economist

Washington Post e NYT também se posicionaram

Washington Post decidiu não apoiar nenhum candidato. O jornal de Jeff Bezos resolveu deixar de apoiar um candidato presidencial pela primeira vez em 36 anos, e afirmou que não vai mais. Trata-se de um retorno a "nossas raízes de não apoiar candidatos presidenciais", explicou o diretor-geral William Levis, ao considerar que é "inevitável" que a decisão dê lugar a interpretações.

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WP perdeu 250 mil assinantes e sofreu renúncias. A perda de clientes representa cerca de 10% da circulação paga do Washington Post de 2,5 milhões de assinantes, que inclui também a versão impressa. Além disso, três dos membros do conselho editorial da publicação renunciaram. Foram eles David Hoffman, Molly Roberts e Mili Mitra. Robert Kagan, editor-chefe do jornal, também renunciou ao cargo.

O sindicato de jornalistas da publicação disse estar "muito preocupado" com essa decisão, "a apenas 11 dias de um pleito de alto risco". "Segundo nossos jornalistas e membros, um editorial de apoio a [Kamala] Harris já havia sido redigido, e o proprietário do 'Post', Jeff Bezos, tomou a decisão de não o publicar", acrescentou a organização em um comunicado publicado na rede social X.

New York Times apoiou candidatura de Kamala Harris. No final de setembro, o jornal publicou um editorial defendendo que o voto em Kamala Harris era o "único possível". "Essa verdade inequívoca e desanimadora — Donald Trump não tem condições de ser presidente — deveria ser suficiente para que qualquer eleitor que se importe com a saúde do nosso país e a estabilidade da nossa democracia negue a ele a reeleição", publicaram.

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