Candidato a vice de Trump chama Kamala Harris de 'lixo'; quem é ele
JD Vance, senador de Ohio e candidato a vice-presidente na chapa de Donald Trump, disse hoje que a candidata presidencial democrata Kamala Harris é "lixo".
O que aconteceu
Candidato a vice diz que "ama todos os cidadãos do país", mas chama Kamala de "lixo" em seguida. JD Vance discursou ontem (4) em Atlanta, na Geórgia, e provocou sua adversária política. Leia um excerto do discurso:
E a nossa mensagem para Kamala Harris é muito simples: os cidadãos deste país não são lixo por pensarem que você está fazendo um trabalho ruim. Os cidadãos deste país não são racistas por pensarem que vocês deveriam fechar aquela maldita fronteira do sul [entre México e EUA]. Os cidadãos deste país não são lixo por quererem poder comprar alimentos e ter um lugar agradável para morar. Mas em dois dias, vamos tirar o lixo de Washington, D.C., e o nome do lixo é Kamala Harris.
JD Vance, senador e candidato a vice-presidente dos Estados Unidos
Fala foi vista como resposta a Joe Biden. Depois do comediante Tony Hinchcliffe afirmar em um comício republicano que a ilha de Porto Rico (território americano) é "lixo flutuante", Biden disse: "O único lixo que vejo flutuando por aí é a demonização dos latinos por parte de seus apoiadores. É inconcebível e antiamericana".
Discurso de Biden foi vista como ofensivo por republicanos. A fala do atual presidente foi vista pelos republicanos como um ataque direto aos eleitores de Donald Trump, e gerou repercussão de nomes importantes do partido, como o próprio candidato, que vem acusando Kamala de realizar uma campanha "de ódio".
Kamala disse que Biden se justificou, e tentou limpar próprio nome. A candidata democrata adicionou que é contrária a "qualquer crítica às pessoas com base em quem elas votam".
Quem é JD Vance?
Vance tem 40 anos e nasceu em Middletown, Ohio. Ele e a esposa, Usha Chilukuri Vance, são pais do Ewan, de 7 anos, Vivek, 4, e Mirabel, 2.
"Conservador outsider, fuzileiro, empresário e autor". É assim que ele se apresenta em seu site. Também é formado em direito pela Universidade Estadual de Ohio e pela Faculdade de Direito de Yale. Ele se alistou no Corpo de Fuzileiros Navais após se formar no ensino médio e serviu na Guerra do Iraque. Depois, abriu negócio e adotou discurso protecionistas. "Muitas empresas americanas lutam contra a concorrência desleal da China e de seu próprio governo, que frequentemente recompensa empresas multinacionais de tecnologia em detrimento de pequenas empresas de Ohio", diz na página.
Juventude conturbada virou livro autobiográfico e filme. A obra "Hillbilly Elegy" foi adaptada pela Netflix sob o título "Era uma vez um sonho", em português. J.D. e a irmã mais velha foram criados pela mãe, que sofria com o vício em drogas, e pelos avós maternos. Ele apresenta a avó, apelidada de Mamaw, como sua grande salvadora, pois "seu amor e disciplina o mantiveram no caminho certo".
Senador por Ohio de 2023. Após ganhar fama com o livro, ganhou espaço na direita norte-americana, sendo visto como um prodígio defensor dos valores conservadores. Em 2022, venceu as primárias republicanas e se tornou candidato ao Senado por Ohio. Conquistou 53% dos votos e foi eleito.
Mudou de nome após abandono paterno. J.D. foi registrado como "James Donald Bowman", mas decidiu colocar o sobrenome materno após ser abandonado pelo pai biológico.
Comparou Trump a Adolf Hitler. O deputado estadual democrata Josh McLaurin, antigo colega de quarto de Vance, divulgou o print de uma suposta mensagem recebida do republicano. "Eu oscilo entre pensar que Trump pode ser um babaca cínico como Nixon, que não seria tão ruim (e pode até ser útil) ou que ele pode ser o Hitler da América". Em 2016, J.D. chamou o ex-presidente de "idiota", "nocivo" e "repreensível" em um post publicado no Twitter e no Facebook. O texto foi desenterrado por usuários das redes sociais.
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