Maioria no Senado e vantagem na Câmara deixarão 'caminho aberto' para Trump

Os republicanos ganharam maioria no Senado americano e mostram tendência de vantagem na Câmara, números que acompanham a vitória do candidato Donald Trump nas urnas.

O que aconteceu

No Senado, o partido de Donald Trump ultrapassou a maioria dos assentos ainda antes da confirmação da eleição do republicano. Segundo apuração das urnas, eles ganharam três cadeiras, ficando com 53, enquanto os democratas perderam três cadeiras, ficando com 42. Cinco cadeiras seguem sem definição.

Bernie Sanders, candidato independente, foi eleito como senador em Vermont. Ele foi pré-candidato democrata à presidência em 2016 e em 2020, mas deixou o partido para concorrer de forma independente ainda no ano em que Biden foi eleito. Ao todo, a casa com 100 vagas teve renovação de 34 assentos nestas eleições.

Na Câmara, os republicanos seguiam com tendência de vantagem. No final da manhã, eles tinham 203 das 218 cadeiras necessárias para formar maioria, enquanto os democratas tinham 180.

Formação apertada foi apontada como um problema de governabilidade por especialistas ouvidos pelo UOL. A formação anterior do Congresso, com margens pequenas e sem partidos com maioria no Senado, "engessava" algumas discussões.

Vitória no Senado vai contribuir na "virada conservadora" nos EUA. A professora Flávia Loss Araújo, da FESP, explica que mesmo que o Congresso siga com uma vantagem apertada para os republicanos, o Senado vai dar o fôlego necessário para aprovações de medidas trumpistas.

A gente não pode enxergar os republicanos como uma massa compacta. Tem algumas divergências, algumas diferenças, mas tudo indica que eles vão votar, sim, a favor de medidas mais conservadoras.
Flávia Loss Araújo, coordenadora da pós em Relações Internacionais da FESP

Maioria no Senado também dá "caminho aberto" para formação de equipe de Trump. Ao UOL, o professor Leonardo Trevisan, da ESPM, explicou que cabe à casa legislativa dar o aval às nomeações para cargos no governo. A primeira nomeação importante de Trump está planejada para fevereiro de 2026, quando o Banco Central Americano vai escolher um novo presidente.

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Ele não vai precisar negociar nada, porque quem aprova essas nomeações é o Senado. Isso pode começar principalmente nos cargos na economia, com o primeiro deles na presidência do FED, o Banco Central Americano.
Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da ESPM

Dois grandes pacotes na área da economia e da saúde passarão por revisão da Câmara e do Senado em 2025. Eles sãp o TCJA (Tax Cuts and Jobs Act), que mudou a tributação de empresas dos EUA desde 2018, e o Affordable Care Act (popularmente chamado de Obamacare), que mudou o acesso dos americanos aos seguros de saúde desde 2010, têm medidas emergenciais que acabarão em 2025.

Como é a atual formação das duas casas

Senado não tinha maioria de nenhum dos dois partidos antes das eleições. A formação da casa era de 47 democratas, 49 republicanos e quatro candidatos independentes. Desses assentos, 34 foram renovados nesta eleição.

Congresso, por sua vez, tinha maioria apertada dos republicanos. O partido de Trump tinha 220 candidatos, dois a mais do que a maioria. O de Kamala Harris, por sua vez, tinha 212 representantes. A casa tinha três assentos vagos e passou por renovação total das 435 cadeiras nestas eleições.

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