Eleito mais velho da história dos EUA, Trump deverá governar até os 82 anos
Com 78 anos completados em 14 de junho de 2024, o presidente eleito dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, deverá cumprir o seu segundo mandato à frente do país até os 82 anos. Ele é a pessoa mais velha a ganhar uma eleição para a Casa Branca.
Mesmo antes de vencer em 2024, Trump já era o terceiro mais velho a comandar os EUA, tendo saído de seu primeiro mandato aos 74 anos.
- Joe Biden (Democrata) - 81 anos
- Ronald Reagan (Republicano) - 77 anos
- Donald Trump (Republicano) - 74 anos
- Dwight D. Eisenhower (Republicano) - 70 anos
- Andrew Jackson (Democrata) - 69 anos
Nascido no condado do Queens, em Nova York, herdeiro de uma família rica do setor imobiliário, Donald John Trump foi o terceiro dos quatro filhos de Frederick Christ Trump e Mary MacLeod. O pai, conhecido como Fred Trump, já era herdeiro dos negócios da família.
Deboche e gafes
A questão da idade foi um fator relevante nesta campanha. Biden abandonou a corrida depois de um debate desastroso contra Trump e em meio a dúvidas sobre a lucidez do democrata.
Quando completou 78 anos, Trump recebeu uma mensagem de aniversário de Biden, 81: "Feliz 78º aniversário, Donald. Aceite isso de um velho para outro: a idade é apenas um número".
Meses antes, Trump havia ironizado o rival e se vangloriado por ser um "líder enérgico".
Apesar disso, nos últimos meses, o presidente eleito também cometeu deslizes, incluindo confundir ou esquecer nomes de várias cidades e pessoas.
Em resposta ao ataques contra Biden, a campanha democrata usou vídeos com o estado de Trump. Em alguns, ele se agarra a um corrimão para não escorregar ou treme enquanto bebe um copo d'água.
Na Carolina do Norte, ele demorou para recordar a palavra "fritadeira" dois dias após visitar um McDonald's na Pensilvânia. "Aquelas batatas fritas eram boas", disse. "Elas eram boas. Elas vinham direto do... Elas vinham direto do que diabos eles fazem."
Ele alertou que o mundo estava caminhando para uma "Segunda Guerra Mundial" e fez afirmações desconexas. Classificou Milwaukee, uma cidade estratégica para as eleições, como "horrível". E chamou o seu antigo médico, Ronny Jackson, de Ronny Johnson.
Durante evento de campanha, imitou um pato: "Como um pato. Frack, frack, frack". Segundo o Washington Post, Trump define as suas divagações como uma marca de "mente brilhante e sofisticada", conforme relato de pessoas próximas, sob anonimato, ao jornal.
"Like a duck. Frack, frack, frack."
-- Kelsie Taggart (@kelsientaggart) October 20, 2024
What sound does a duck make? According to Trump, it's not quack. pic.twitter.com/y2XEKt9W66
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Quero receberO jornal revisou diversos discursos do republicano e mostrou que as aparições públicas dele têm sido confusas e cheias de erros. Suas falas ficaram mais longas e repetitivas em comparação com campanhas anteriores. Ele também mistura palavras e nomes.
Em determinado momento, dançou, balançou a cabeça e cantou suas músicas favoritas, enquanto segurava o microfone na mão (veja abaixo), durante 39 minutos.
Trump appears lost, confused, and frozen on stage as multiple songs play for 30+ minutes and the crowd pours out of the venue early pic.twitter.com/6r0TE2qCYM
-- Kamala HQ (@KamalaHQ) October 15, 2024
"Espero que ele esteja bem", ironizou a campanha de Kamala, que insistiu na diferença de idade entre eles e chegou a falar que "Donald Trump está cada vez mais instável e inapto" para exercer a função presidencial.
Ela ainda divulgou um relatório médico completo, que a descrevia como estando em "excelente estado de saúde".
Em outubro, Trump declarou que não tem nenhuma "incapacidade cognitiva" e insistiu que "não está nem perto dos 80 anos", apesar de ter 78 anos, em um esforço para minimizar preocupações com a sua idade e condições mentais, mas não apresentou documentos.
Além disso, comentou que fez dois testes cognitivos e "passou bem" nos resultados, tirando nota máxima em ambos, e disse, sem qualquer comprovação, que Kamala "poderia ter um problema cognitivo".
Uma pesquisa nacional da Reuters-Ipsos, de setembro, mostrou que 51% dos norte-americanos achavam que o republicano era velho demais para liderar o país.
O debate sobre a idade dos presidentes norte-americanos não são novidade. No segundo mandato de Ronald Reagan, alguns analistas já se perguntavam sobre a deterioração de suas capacidades intelectuais. Jimmy Carter fez soar o alarme ao expressar, em uma mensagem em 1994, a preocupação com o "perigo" que representava para os EUA uma eventual "doença neurológica" afetar as capacidades de um mandatário.
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