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Indígenas aproveitam Rio+20 para faturar com venda de artesanato e comprar bomba d´água

Os índios aproveitam o movimento da conferência para arrecadar dinheiro com a venda de artigos - Júlio César Guimarães/UOL
Os índios aproveitam o movimento da conferência para arrecadar dinheiro com a venda de artigos Imagem: Júlio César Guimarães/UOL

Matheus Lombardi

Do UOL, no Rio

16/06/2012 07h00

Representantes de diversas etnias indígenas aproveitam a Rio+20 para vender artesanato e juntar renda para fazer melhorias nas tribos em que vivem.  Os produtos podem chegar a R$ 1 mil.

Ana Carla, da etnia pataxó, de Porto Seguro/BA, aproveitava o grande movimento do local para tentar arrecadar dinheiro com as vendas. Os preços variam de R$ 2 (anéis de coco e palha) a R$ 1 mil (para os cocares mais sofisticados).

“Queremos construir casas na nossa aldeia. Esse dinheiro que conseguimos juntar aqui é muito importante para nós e será dividido entre todos, igualmente”, afirmou.

Produtos feitos com sementes nativas e materiais recolhidos da natureza chamavam muito a atenção de quem passava pelo Aterro do Flamengo.

“As peças são realmente muito bonitas, mas o preço está um pouco alto. Mas a gente sabe que comprando aqui podemos ajuda-los”, declarou a arquiteta Cláudia Montepiso, que levou dois anéis e dois colares para as filhas.

Sonho é comprar bomba d´água

Comprar uma bomba d´água é o maior desejo de Renelson Maia, índio da etnia gavião, que vive no interior do Pará.

“Ficamos seis meses produzindo os artesanatos. Foram dois dias de viagem até o Rio e, agora, quero vender tudo para conseguir juntar um dinheiro para fazer melhorias na tribo”, disse.

A tribo de Renilson tem 50 famílias e apenas cinco representantes vieram para o evento da Organização das Nações Unidas (ONU).

Concentrados no Aterro do Flamengo, onde é realizado a Cúpula dos Povos, um dos maiores eventos paralelos da Rio+20, os indígenas trabalham em esquema de mutirão.

Atuando como uma espécie de representante comercial da tribo indígena da etnia tupi-guarani, do município de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, Awa Aridju, explica que o dinheiro conseguido em eventos como a Rio+20 é dividido entre todos os habitantes da aldeia.

“Todo mundo que produz tem que deixar uma parte para que a gente possa fazer melhorias na comunidade. Tem que pagar pela limpeza, pelo plantio”, disse.