Dilma fala dos direitos reprodutivos da mulher, mas não comenta veto ao tema na Rio+20
Em encontro promovido pela ONU Mulher, divisão da entidade dirigida pela ex-presidente do Chile Michelle Bachetet, a presidente Dilma Rousseff falou dos investimentos do seu governo para assegurar os direitos reprodutivos das mulheres, mas não comentou a exclusão do tema do rascunho final da Rio+20. Ao final de seu discurso, foram levantadas faixas lembrando do tema.
A presidente afirmou que seu governo "luta para garantir pleno acesso aos direitos sexuais e reprodutivos" -- no caso das mulheres, significa autonomia para decidir quando ter filhos.
O encontro, intitulado O Futuro que as Mulheres Querem, ocorreu na manhã desta quinta-feira no Riocentro, onde ocorre a Conferência sobre Desenvolvimento sustentável, que termina amanhã.
O evento foi prestigiado por chefes de Estado ou de governo. Além de Dilma, as presidentes Laura Chinchilla Miranda, da Costa Rica, e Dalia Grybauskaitè, da Lituânia, além das primeiras-ministras Portia Simpson Millier, da Jamaica, Julia Gillard, da Austrália, e Helle Thorning-Schmidt, da Dinamarca.
O tema dos direitos reprodutivos foi excluído do texto O Futuro que Queremos por pressão de diferentes países e do Vaticano. O ministro da Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, admitiu ter ficado frustrado com o fato.
Dilma elogiou Bachelet, “uma referência para todos nós sul-americanas, a primeira mulher eleita presidente em nosso continente, rompendo séculos de exclusão”.
A presidente cobrou “igual acesso ao mercado de trabalho” para as mulheres. “O empreendedorismo das mulheres deve ser facilitado e protegido da desordem avassaladora das crises econômica”, disse.
Foi aplaudida ao dizer que os homens devem um “correspondente engajamento nas tarefas domésticas”. E acrescentou: “Um trabalho invisível que precisa ser reconhecido”.
“As mulheres e as crianças são a face mais visível da pobreza no mundo. Mas são também as grandes aliadas na sua erradicação”, disse ainda a presidente. Dilma concluiu seu discurso afirmando que “o Brasil ainda precisa fazer muito pela afirmação da mulher”.
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