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Ratos são erradicados para permitir reprodução de tartarugas em Galápagos

Equador

13/12/2012 20h37

A erradicação de ratos levados por piratas ao arquipélago equatoriano de Galápagos permitirá que tartarugas gigantes se reproduzam de forma natural na ilha - fato que não acontece há 150 anos devido ao agressivo ataque de roedores.

Os ratos "destroem os ovos e matam os filhotes das espécies, alterando o equilíbrio natural que tem um ecossistema tão frágil como Galápagos", disse o diretor da reserva, Edwin Naula, durante uma desratização na Ilha Pinzón - como ela está desabitada, o veneno é lançado de um helicóptero como se fosse chuva.

Tartarugas endêmicas de Pinzón continuam se reproduzindo em incubadoras e criadas em cativeiro nas instalações do Parque Nacional Galápagos, na ilha de Santa Cruz, que aos quatro ou cinco anos de idade são repatriadas. Já foram devolvidos 665 répteis nos últimos 50 anos.

"Não conseguimos ter êxito na reprodução natural pela presença dos ratos, o que esperamos que mude ao desaparecer o principal inimigo dos ninhos", explicou o encarregado de Conservação e Restauração de Ecossistemas da reserva, Christian Sevilla.

O parque mobiliza esforços para eliminar os roedores em toda a província insular, situada a 1.000 quilômetros da costa e declarada Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco em 1979 por suas flora e fauna únicas no mundo.

Os ratos, uma das 2.000 espécies exógenas nas ilhas e considerados dos mais destrutivos, "estão há centenas de anos em Galápagos depois de terem sido introduzidos nos tempos em que os piratas vinham", disse Sevilla.

A agressão desses animais à fauna e à flora no arquipélago "encantado" causou em 2011 a sua eliminação em onze ilhas como Rábida (499 hectares) e Bartolomé (124 hectares), e entre novembro e dezembro de 2012, em Pinzón (1.812 hectares) e Plaza Sur (9,6 hectares).

Além dos ninhos das tartarugas que dão seu nome à região insular, os roedores atacam os de outros grupos como as iguanas e sua dieta inclui lagartixas de Galápagos, arquipélago que tem pelo menos 1.500 espécies de flora e 500 de fauna.