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Nove ministros debatem prioridades brasileiras da Rio+20 seis meses depois do fim da cúpula

Carolina Gonçalves e Renata Giraldi

Da Agência Brasil, em Brasília

18/12/2012 19h50

Nove ministros discutem com representantes da sociedade civil, do Legislativo e do Judiciário as estratégias brasileiras que devem ser implementadas para dar sequência aos resultados da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. As discussões ocorrem seis meses após a Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro.

Para especialistas, a reunião desta terça-feira (18) é cercada de expectativas, pois aguarda-se a elaboração de uma proposta comum, que inclua as demandas de todos os segmentos, a ser encaminhada para a ONU (Organização das Nações Unidas). A proposta deve ser apresentada pela delegação brasileira no grupo de trabalho da Assembleia Geral das Nações Unidas que vai produzir o documento que será discutido no Foro de Alto Nível do Desenvolvimento Sustentável.


Participam dos debates no Itamaraty os ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota; do Meio Ambiente, Izabella Teixeira ; da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho; da Segurança Institucional, José Elito Teixeira; da Igualdade Racial, Luiza Bairros; da Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci; da Cultura, Marta Suplicy; do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas; e do Turismo, Gastão Vieira.

Na primeira etapa da reunião de hoje, que durou cerca de duas horas, cada ministro fez um balanço sobre a sua área. Para Patriota, a Rio+20 foi a "maior e mais participativa e inclusiva da história das Nações Unidas". Segundo ele, a conferência reforçou o processo multilateral de negociações, destacando a atuação dos negociadores brasileiros, que conduziram um "processo aberto, transparente e equilibrado".

Izabella Teixeira reiterou a defesa de mudanças no cálculo de desenvolvimento dos países, que atualmente é baseado apenas no PIB (Produto Interno Bruto). Um indicador novo e mais amplo é defendido por vários setores do governo e há grupos analisando alternativas que viabilizem sua execução. Para a ministra, também é necessário avançar nas negociações de preservação da biodiversidade marinha em áreas que vão além da jurisdição nacional.

Para os negociadores do governo, a erradicação da pobreza é o item que deve ser destacado, não só no Brasil, mas na agenda global no quadro dos objetivos do desenvolvimento sustentável. Segundo o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, subsecretário-geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores e coordenador-geral da Rio+20, a reunião é fundamental para definir os rumos que serão tomados no país.