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Ativista brasileira do Greenpeace será solta sob fiança na Rússia

Do UOL, em São Paulo

19/11/2013 07h47Atualizada em 19/11/2013 11h15

A ativista brasileira Ana Paula Maciel, detida na Rússia, vai ser libertada nesta terça-feira (19) mediante o pagamento de fiança, por decisão da Justiça russa, afirmou em seu site o Greenpeace. De acordo com a agência Efe, a fiança foi fixada em  dois milhões de rublos -- o equivalente a R$ 138 mil.

Ana Paula faz parte do grupo de 30 militantes do barco do Greenpeace detido no dia 19 de setembro, após um protesto pacífico contra a exploração de petróleo no Ártico.

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Outros quatro ativistas - os argentinos Miguel Hernan Perez Orsi e Camila Speziale, o neozelandês David John Haussmann e o polonês Tomasz Dziemianczuk -- também devem ser libertados após pagar fiança, segundo o Greenpeace.

Na segunda-feira (18), a Justiça russa libertou três tripulantes após o pagamento de fiança de dois milhões de rublos, mas prorrogou a detenção de outro por mais três meses.

Os três tripulantes liberados - o porta-voz do Greenpeace Andrei Allakhverdov, a médica Ekaterina Zaspa e o fotógrafo independente Denis Siniakov - são todos russos. O australiano Colin Russell teve a detenção prorrogada até fevereiro.

Vários tribunais de São Petersburgo iniciaram na segunda-feira a análise da detenção provisória dos 30 tripulantes, que expira em 24 de novembro.

Na sexta-feira, o Greenpeace anunciou que a Comissão de Investigação, principal órgão responsável pelas investigações criminais na Rússia, desejava manter os ativistas presos por mais três meses, para "concluir a investigação".

"A libertação sob fiança (...) é, sem dúvida, uma boa notícia", comemorou o Greenpeace em um comunicado.

"Mas não podemos esquecer que as acusações não foram retiradas e que eles ainda correm o risco de serem condenados à prisão", ressaltou a ONG.

"Os procuradores decidiram por enquanto que não havia base para manter as pessoas na prisão, e isso é razoável. Mas eles serão mais razoáveis ainda se retirarem as acusações absurdas que pesam sobre os ativistas", declarou um advogado do Greenpeace na Rússia, Anton Beneslavski, citado no comunicado.

Entenda o caso

Os 30 ativistas estão detidos na Rússia desde 19 de setembro, quando um comando da guarda costeira russa abordou o barco Arctic Sunrise, no qual navegava pelo mar de Barents, região do Ártico russo.

Vários ativistas tentaram escalar uma plataforma petroleira da empresa russa Gazprom para denunciar o risco ecológico da atividade petroleira.

O Comitê de Investigação russo iniciou processos por pirataria. Os militantes negaram as acusações e atribuíram à Rússia uma ação ilegal no barco em águas internacionais.

O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu que os militantes não são piratas, mas violaram "as normas da lei internacional".

Após as declarações, o comitê de investigação informou que as acusações seriam reduzidas para vandalismo, o que ainda não ocorreu.

Na terça-feira (1º), diretora de uma comissão de vigilância penitenciária, Irina Paikacheva, explicou à AFP que os militantes estão quase em "estado de choque" e não compreendem a acusação.

"Não podiam imaginar estas consequências depois de uma ação pacífica em um país democrático", explicou Paikatcheva.