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Ministros chegam a Varsóvia para negociações sobre o clima

Em Varsóvia

19/11/2013 15h42

As negociações internacionais sobre o clima devem acelerar nesta terça-feira em Varsóvia com a chegada dos ministros, que têm a missão de concluir um texto que servirá de base para o acordo sobre as redução das emissões de gases do efeito estufa em 2015.

A quatro dias do encerramento oficial desta rodada anual de negociações, mediadas pela ONU, várias questões centrais continuam a criar obstáculos, principalmente a respeito da ajuda financeira prometida aos países em desenvolvimento.

Esta conferência climática, aberta em 11 de novembro na presença de negociadores de mais de 190 países, deve definir as bases para o acordo global sobre as reduções das emissões de gases do efeito estufa (GEE) prevista para 2015 em Paris.

O acordo deverá ser suficientemente ambicioso para limitar o aquecimento climático a 2°C em relação ao período pré-industrial. Até o momento, a trajetória é de de 3,6°C, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).

Se não houver avanço em Varsóvia, "esperamos que os governos sejam capazes de adotar uma decisão que permita progressos sobre as etapas, a estrutura e a lógica desse acordo", declarou na segunda-feira a secretária executiva para o o clima na ONU, Christiana Figueres.

Progressos na questão da assistência financeira aos países em desenvolvimento para lidar com as mudanças climáticas serão necessários para atingir uma "decisão" no final da conferência.

"Esta questão provoca muitas divergências", disse à AFP Alden Meyer, diretor estratégico da ONG americana Union of Concerned Scientists.

"Os ministros que chegaram poderão ser capazes de trazer elementos de compromisso e desfazer algumas tensões", considerou, mesmo que o progresso esperado seja muito modesto.

Os países industrializados prometeram em 2009 uma ajuda de US$ 100 bilhões por ano até 2020 para ajudar os países mais vulneráveis a se adaptarem ao aquecimento global e reduzir suas emissões de GEE.

Mas os países em desenvolvimento estão perdendo a paciência, e agora exigem mais visibilidade ou compromissos intermediários.

Outra questão espinhosa é a das "perdas e danos" sofridos por estes países devido ao aquecimento global, independentemente das ações adotadas para se adaptar.

Eles querem criar um "mecanismo" para ajudar os países em desenvolvimento para identificar essas "perdas e danos", e lidar com isso.

A criação de um novo órgão não é de interesse dos países desenvolvidos, que preferem resolver a questão com os mecanismos já existentes, o espectro de "reparos" que seriam necessários já existem.