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Último ativista do Greenpeace detido na Rússia deixa a prisão

Em São Petesburgo

29/11/2013 13h19

O último membro da tripulação do barco de Greenpeace detido na Rússia, o australiano Colin Russell, deixou nesta sexta-feira a prisão em São Petersburgo, após pagamento da fiança acordado no dia anterior pela justiça.

"Colin Russel deixou a prisão. A fiança de dois milhões de rublos (45.000 euros) foi paga", declarou à AFP Violetta Ryabko, porta-voz do Greenpeace.

Russel, que passou 71 dias na prisão, era o único militante dos 30 membros da tripulação do "Artic Sunrise" que não havia sido beneficiado por esta medida em primeira instância.

Ele foi o primeiro a se apresentar ao tribunal, que determinou a prorrogação de sua detenção por mais três meses, até 24 de fevereiro.

Os 30 membros da tripulação presos em setembro - entre eles a brasileira Ana Paula Maciel -, depois de uma ação contra uma plataforma de petróleo da Gazprom no Ártico, foram acusados de pirataria e, ao final de outubro, de vandalismo.

Não está claro se a primeira acusação, que pode ser punida com até 15 anos de prisão, será retirada, enquanto a segunda pode resultar em uma pena de até sete anos de detenção.

Eles permaneceram várias semanas detidos em Murmansk e foram transferidos no início de novembro para São Petersburgo.

"Ficou claro durante as audiências para definir o direito à liberdade sob fiança que a Comissão de Investigação irá prosseguir com a acusação de pirataria", indicou o Greenpeace em seu comunicado.

"Agora, não sabemos quando os ativistas não-russos poderão retornar para suas casas. E, por enquanto, todos irão permanecer em São Petersburgo", acrescenta a ONG.

Na semana passada, o Tribunal Internacional do Direito Marítimo, órgão das Nações Unidas com competência para resolver disputas marítimas internacionais que foi acionado pela Holanda - o navio Arctic Sunrise navegava sob a bandeira holandesa - pediu na sexta-feira às autoridades russas para que autorizasse "todas as pessoas que foram detidas (...) a deixar o território e as zonas marítimas sob sua jurisdição".

Contudo, o diretor da administração presidencial russa reiterou que Moscou, que boicotou o processo desta jurisdição, não reconhece a competência deste tribunal no litígio em questão.