Ex-presidente do Inpe vai ao Senado debater desmatamento na Amazônia
A Comissão de Meio Ambiente do Senado vai debater na terça-feira (24), às 14h, a importância dos dados providos pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre desmatamento da Amazônia para ações de fiscalização do Ministério do Meio Ambiente. Para isso, convidou o ex-diretor do Inpe, Ricardo Magnus Osório Galvão, exonerado do cargo em agosto.
Também serão abordadas as consequências de perda de autonomia científica na produção de estudos de sensoriamento remoto perante a comunidade internacional.
Segundo o senador Jaques Wagner (PT-BA), que requereu realização da audiência, é importante que haja um debate sobre estes dados devido às críticas que têm sido feitas ao trabalho do Inpe.
"O Inpe tem sido alvo de críticas sem fundamento a uma instituição científica, que atua há cerca de 60 anos e com amplo reconhecimento no país e no exterior, são ofensivas, inaceitáveis e lesivas ao conhecimento científico. Ocorre que o pano de fundo desse conflito é o aumento explosivo do desmatamento na Amazônia, registrado pelos sistemas de sensoriamento remoto do Inpe", explica, na justificativa do requerimento.
Críticas do governo
Segundo o Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), a área desmatada na Amazônia apenas nos primeiros sete meses de 2019 corresponde a 4,5 mil quilômetros quadrados, 60% a mais que no mesmo período do ano passado.
No entanto, após a publicação desses dados, o governo criticou a atuação do instituto e o presidente do Inpe foi exonerado de seu cargo. Na época, o presidente Bolsonaro declarou que os dados sobre o desmatamento eram exagerados e acusou Ricardo de atuar em prol de ONGs ambientalistas.
Em audiência na Comissão do Maio Ambiente no dia 17 de setembro, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, ressaltou que Ricardo Galvão foi exonerado por quebra de confiança.
Segundo o ministro, depois que dados do Inpe se tornaram o centro de um debate internacional sobre o desmatamento da Amazônia, Galvão tratou do assunto diretamente com o presidente da República, Jair Bolsonaro, sem envolver o ministério. Isso gerou uma situação "desconfortável" para todos.
Pontes também ressaltou que os dados divulgados pelo instituto estavam corretos, porém foram interpretados erroneamente, o que causou um problema de comunicação entre o Inpe e o governo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.