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"Merecemos um futuro", clamam jovens de todo o mundo na COP25

Susana Vera/Reuters
Imagem: Susana Vera/Reuters

Da AFP

04/12/2019 17h16

"Merecemos um futuro", "nossos líderes não podem nos deixar em apuros", "temos que continuar lutando": jovens ativistas climáticos de todo o mundo levantaram suas vozes e mostraram sua revolta nesta quarta-feira na COP25, em Madri.

"Vivemos a pior crise que a humanidade já atravessou e nós, jovens, somos as primeiras vítimas da crise climática", afirmou Jinhyun Park, estudante sul-coreana.

"Pedimos a todos que se juntem à nossa luta contra a crise climática porque merecemos um futuro", acrescentou.

Juntamente com mais meia dúzia de jovens, Park participava de uma coletiva de imprensa do movimento "Sextas para o Futuro", promovido pela ativista sueca Greta Thunberg, que só chegará à cúpula climática da ONU na sexta-feira.

"Nossos líderes não podem nos deixar em apuros. A não ser que os Estados aumentem sua ambição em 2020, nosso futuro será um caos climático", afirmou Joel Peña.

O chileno, membro da comunidade de índios mapuche, homenageou a "todos aqueles que lutam todos os dias para ter uma vida digna".

"É por eles que seguimos lutando, inclusive arriscando nossas vidas", disse ele.

Ta'Kayia Blaney, do povo aborígene Tia A'min do Canadá, enfatizou a importância das comunidades indígenas na defesa do meio ambiente.

"Nós, os jovens indígenas, crescemos entre os megaprojetos industriais (...) e a terra que eles querem destruir", afirmou.

"Nossos direitos como protetores da natureza devem ser respeitados. Não há justiça climática sem justiça indígena", acrescentou a militante de 18 anos.

"Colocar os interesses de alguns egoístas acima dos interesses de sobrevivência de bilhões de pessoas é antidemocrático, criminoso e desumano", afirmou Swiss Lunis Dolder, de 16 anos.

"Podem ter certeza de que não pararemos nossa mobilização até que atuem como verdadeiros líderes", alertou a estudante francesa Léa Ilardo, que vive em Quebec (Canadá).

Os quase 200 signatários do Acordo de Paris que buscam limitar o aquecimento global a + 2 ° C, ou mesmo a + 1,5 ° C, estão reunidos por duas semanas em Madri, sede da cúpula depois que o Chile desistiu de organizá-la por conta da revolta social no país.

No entanto, a reunião corre o risco de decepcionar aqueles que esperam mais ambição dos líderes internacionais em reduzir as emissões de gases que contribuem para o efeito estufa.

O slogan desta COP25 é "tempo de agir". "Mas faz muito tempo que é tempo de agir", reclamou Toby Thorpe, representante australiano do "Fridays for Future".

"Continuaremos fazendo greve até que os líderes mundiais não apenas nos ouçam, mas nos escutem", afirmou.