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Calotas polares derretem seis vezes mais rápido do que nos anos 1990

Derretimento de calotas polares é seis vezes maior do que nos anos 1990, ocasionando mais icebergs no oceano  - Liu Shiping/Xinhua
Derretimento de calotas polares é seis vezes maior do que nos anos 1990, ocasionando mais icebergs no oceano Imagem: Liu Shiping/Xinhua

Do UOL, em São Paulo

11/03/2020 16h07

As calotas polares na Groenlândia e na Antártica estão derretendo seis vezes mais do que nos anos 1990, de acordo com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Segundo o estudo, se não houver baixas na emissão de carbono, pode acontecer um grande aumento no nível do mar, que deixaria aproximadamente 400 milhões de pessoas expostas a inundações costeiras até o final do século 21.

Na década de 2010, foram perdidas 475 bilhões de toneladas de gelo anualmente, seis vezes maior que os 81 bilhões perdidos por ano na década de 1990. O ano de maior pico de derretimento de gelo foi em exatamente em 2010, após um ciclo climático natural que levou a uma temporada de verões extremamente quentes.

Segundo a previsão mais recente do IPCC, o aumento médio do nível do mar em 2100 é de 53 cm. Porém, é sugerido pelo estudo que se as tendências atuais de emissão de poluentes continuarem, os oceanos subirão mais 17 cm adicionais.

"Cada centímetro da elevação do nível do mar leva a inundações costeiras e erosão costeira, interrompendo a vida das pessoas em todo o planeta", disse o professor Andrew Shepherd, da Universidade de Leeds.

Quase todo degelo da Antártica da Groenlândia surgiram do aquecimento do oceano. Com isso, o fluxo glacial acelera, jogando mais icebergs no oceano. Isso colabora com um terço do aumento do nível das águas do mar. Pouco menos da metade vem da expansão térmica da água quente do oceano e um quinto de outras geleiras menores.

Segundo Shepherd, as calotas de gelo demoraram cerca de 30 anos para reagirem as mudanças climáticas. Após a reação, mesmo que as emissões de carbono fossem interrompidas hoje, seria inevitável desacelerar a ação. Porém, isso compensaria os danos que já estão em curso, resultando em menos danos ao planeta futuramente.