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Frente Parlamentar Ambientalista vai pedir impeachment de Ricardo Salles

Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente no governo de Jair Bolsonaro (sem partido) - José Cruz/Agência Brasil
Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente no governo de Jair Bolsonaro (sem partido) Imagem: José Cruz/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

03/06/2020 18h45

O atual coordenador e quatro ex-coordenadores da Frente Parlamentar Ambientalista programaram para 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, o protocolo de um novo pedido de impeachment do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

O principal motivo, segundo os parlamentares, é a estratégia de Salles revelada no vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, em que ele disse querer "aproveitar esse período de pandemia para passar a boiada" e simplificar as normas ambientais por decreto.

"Não faz sentido ter um ministro do Meio Ambiente que, na verdade, luta contra o meio ambiente", afirmou coordenador da frente parlamentar, deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP).

Em reunião realizada hoje, Agostinho também mostrou interesse em intensificar o debate no Brasil sobre o "green recovery", em que fundos que investem na retomada da economia estão colocando cláusulas de sustentabilidade.

O "green recovery" começa a ser implementado nos países que superaram a contaminação do novo coronavírus.

Recentemente, Ricardo Salles reafirmou que a "boiada" mencionada na reunião ministerial era o "custo Brasil".

Em entrevista à Rádio Eldorado, Salles atribuiu um eventual impacto negativo de seu discurso a "quem o divulgou" —mas sem citar nominalmente o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que tornou público o vídeo da reunião.

"A fala foi interna e não deveria ter sido divulgada. Essas declarações foram em uma reunião fechada, entre ministros que conhecem o assunto. Portanto, dá para ser direto, sem explicação. Não se faz essa declaração esperando uma divulgação. Se teve erro, o erro foi de quem divulgou o conteúdo de uma reunião interna", disse Salles.