Associação admite gafe em vídeo compartilhado por Salles sobre Amazônia
Entidade que assina um vídeo contestando as queimadas na Amazônia com imagens de um mico-leão-dourado, a entidade ruralista Acripará (Associação de Criadores do Pará) admitiu que cometeu uma gafe. Em entrevista à GloboNews, o presidente da associação, Maurício Fraga Filho, disse que houve confusão no uso de um animal que vive exclusivamente na Mata Atlântica para tratar sobre o tema.
O vídeo gerou polêmica depois que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o compartilhou em seu Twitter com a seguinte legenda: "Recebi este vídeo, 'Amazônia não está queimando'". Porém, Maurício Fraga Filho alegou que o material não foi sugerido ao ministro.
"Esse vídeo da Acripará que circulou pelas redes sociais foi ideia de duas associadas da nossa associação. Elas me procuraram, estavam revoltadas com um vídeo que circulou nas redes sociais, de uma ONG contra a imagem do produtor da Amazônia, e pediram para fazer um vídeo em resposta", disse Maurício Fraga Filho.
"Elas acabaram cometendo uma gafe, usaram uma imagem de arquivo da produtora que fez o vídeo, que foi a imagem do mico-leão-dourado. Mas entendemos que o mais importante do vídeo é a mensagem que ele passa, mas realmente foi uma gafe essa do mico-leão-dourado. A intenção era só circular pelas redes sociais, acho ninguém enviou para o ministro, ele deve ter pego, muitas pessoas pegaram nas redes sociais e foram divulgando", completou.
Vale lembrar que o conteúdo do vídeo contradiz dados do próprio Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), órgão do governo, que contabilizou 29.307 focos de calor no mês passado na Amazônia, um dos piores resultados nos últimos dez anos.
Mourão minimiza
Também em entrevista à GloboNews, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), minimizou a situação, dizendo que o vídeo funciona como "contrapropaganda" em relação às queimadas na Amazônia.
"Foi feito pelo pessoal do agro lá do sul do Pará, ali da área de Marabá. Da mesma forma como aqueles grupos que consideram que não estamos tratando direito da questão da Amazônia fazem o trabalho de propaganda deles, nós temos que fazer a contrapropaganda. Isso faz parte do negócio", disse.
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