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PF: Militar do Exército é suspeito de vazar informações para garimpeiros

21.abr.2023 - Áreas de garimpo ilegal próximas a aldeia Turedjam, na Terra Indígena Kayapo, localizada no sul do Pará - 21.abr.2023 - Lalo de Almeida/Folhapress
21.abr.2023 - Áreas de garimpo ilegal próximas a aldeia Turedjam, na Terra Indígena Kayapo, localizada no sul do Pará Imagem: 21.abr.2023 - Lalo de Almeida/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

27/06/2023 10h41Atualizada em 27/06/2023 11h07

A Polícia Federal fez uma operação na manhã de hoje para combater o garimpo ilegal em Manaus, Porto Velho e Ponta Grossa (PR).

O que aconteceu:

Militares de alta patente estão envolvidos no esquema de garimpo ilegal, diz a PF. A operação investiga crimes contra o meio ambiente e a União, além de lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.

Os envolvidos aproveitam a dificuldade de fiscalização ambiental na região de Japurá, no Amazonas, para cometer os crimes. Um dos principais alvos de devastação é a Estação Ecológica Juami-Japurá, o que afeta o ecossistema amazônico.

Um dos militares investigados é suspeito de repassar informações privilegiados e interferir nas operações de combate aos garimpos ilegais. Já sua esposa receberia valores em nome dos investigados.

Estão sendo cumpridos três mandados de prisão preventiva e oito ordens judiciais de busca e apreensão. Vinte agentes da PF e 10 militares do Exército atuam na operação de hoje.

Também foi determinado o bloqueio de bens e valores dos investigados, assim como o sequestro de bens móveis e imóveis.

O UOL questionou a PF sobre a patente do militar que estaria em contato com garimpeiros, mas a assessoria de imprensa não repassou a informação.

Investigações começaram em 2020

Em outubro de 2020, a PF prendeu duas pessoas em flagrante na cidade de Ji-Paraná, em Rondônia. Elas transportavam 60 gramas de ouro em lingote (avaliado em R$ 18.600), sem qualquer documentação que comprovasse sua origem lícita.

Celulares apreendidos revelaram uma extensa rede de exploração ilegal de garimpo na região de Japurá. Um dos presos foi assassinado em 14 de outubro em Curitiba após ser solto na audiência de custódia.

A PF instaurou um inquérito e descobriu o responsável pela exploração ilegal do garimpo, "um indivíduo que utiliza sua esposa e uma empresa para facilitar transações ilegais de ouro". O casal também usa empresas de metais para lavagem de dinheiro.

Militares de alta patente, que recebiam valores regulares, também participavam do esquema por meio de uma empresa de importação e exportação de minérios.