Idalia, Paula, Sandy: escolha de nome de furacões tem ciclo e aposentadoria

O furacão Idalia chegou ontem aos Estados Unidos. Com ventos de mais de 200 km/h, o fenômeno deixou mais de 100 mil pessoas sem energia elétrica e causou ao menos duas mortes em sua passagem pela Flórida, de acordo com o The New York Times.

O Idalia é o terceiro furacão a atingir o estado norte-americano nos últimos 12 meses. Antes dele, a região foi afetada pelo Ian, em setembro de 2022, e pelo Nicole, em outubro. Nas redes sociais, alguns perfis questionaram a escolha do nome do evento meteorológico, decidido a partir de uma lista fixa controlada pela ONU.

Como funciona a escolha de nomes para furacões:

Comitês são responsáveis por escolher uma lista de nomes para os fenômenos de cada oceano — todos conectados à Organização Mundial de Meteorologia, agência da ONU.

Os responsáveis escolhem a lista em uma reunião feita a cada ano ou biênio, a critério dos envolvidos na seleção.

O Comitê de Furacões, por exemplo, escolhe 21 nomes por temporada a partir de uma lista fixa, feita para atender a cada seis anos. Essa escolha inclui membros dos Serviços de Meteorologia das Américas Central e do Norte e do Caribe, que são atingidos por esse tipo de fenômeno.

Os nomes são usados em um ciclo, ou seja, a lista de 2019 será usada novamente em 2025.

Lista de nomes disponíveis para fenômenos meteorológicos do Oceano Atlântico, válida para 2022
Lista de nomes disponíveis para fenômenos meteorológicos do Oceano Atlântico, válida para 2022 Imagem: Reprodução/NOAA

O procedimento é o mesmo para outras regiões.

A Organização Mundial de Meteorologia destaca que os nomes não são escolhidos pensando em pessoas famosas.

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O único critério é que os nomes devem ser comuns na região em que o fenômeno acontece. Por isso a lista do Atlântico e do Pacífico são diferentes, por exemplo.

Além disso, não é obrigatório seguir a ordem alfabética ao longo da temporada, por mais que a lista anual tenha um nome com cada inicial.

Um nome é banido da lista se um evento for muito catastrófico, o que torna sua reutilização "inapropriada".

Se houver mais de 21 tempestades em uma temporada, uma lista extra de nomes é acionada.

Por que colocar nomes em fenômenos meteorológicos?

As tempestades tropicais são nomeadas para facilitar a conscientização, a preparação, o gerenciamento e a redução do risco de desastres.

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Até o início dos anos 1950, tempestades tropicais e furacões eram registrados com números ligados à latitude e data em que aconteciam.

O sistema causava confusão quando dois fenômenos aconteciam em datas muito próximas — atrapalhando inclusive jornalistas, que chegavam a alertar a população sobre um evento que, na verdade, estava a milhares de quilômetros.

Por isso que, em 1953, o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos passou a usar nomes próprios para identificar tempestades, criando o padrão usado para as listas de outras regiões do mundo.

De início, os nomes dos fenômenos eram sempre femininos. Apenas a partir de 1978, os nomes masculinos também foram integrados ao sistema de identificação no Pacífico, sendo incluídos também para os eventos no Atlântico em 1979.

Hoje, o controle das "identidades" está com a Organização Mundial de Meteorologia, com base em Genebra, na Suíça.

Veja alguns nomes que já foram aposentados:

Katrina (EUA, 2005)

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Sandy (EUA, 2012)

Haiyan (Filipinas, 2013)

Joaquin (Bahamas, 2015)

Irma (Caribe, 2017)

Maria (Caribe, 2017)

Florence (Estados Unidos, 2018)

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Mitch (Honduras, 1998)

Tracy (Darwin, 1974)

Mangkhut (Filipinas, 2018)

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