'Peixe do fim do mundo' reaparece; por que ele é ligado a desastres?
O peixe-remo é uma espécie incomum cercada de lendas. Seu corpo longo e achatado, que pode chegar a 11 metros de comprimento, lembra a estrutura de um remo, daí o nome —cientificamente, é o Regalecus glesne.
Por ser um peixe que vive no fundo do oceano —é encontrado em até 1.000 metros de profundidade—, raramente é visto nas superfícies. Quando isso ocorre, desperta medo na população, pois, segundo as lendas, ele "prevê terremotos".
O que aconteceu
Aparições recentes do peixe-remo assustaram moradores. No começo deste mês, o jornal The Mirror noticiou o aparecimento da espécie em uma praia do Vietnã. O relato é de que algumas pessoas teriam comido o animal em um banquete. Em março, o peixe também foi visto por turistas no México.
Peixe seria prenúncio de desastres naturais. Por ser raro ver a espécie em camadas mais superficiais do mar, acontecimentos como esses retomam a lenda do "peixe do fim do mundo", que costuma aparecer antes de eventos como tsunamis e terremotos.
Lenda se popularizou depois do terremoto e tsunami de Fukushima, em 2011. Alguns espécimes foram vistos antes desses fenômenos acontecerem. Logo, os japoneses começaram a acreditar que a captura abundante desse peixe antevê catástrofes avassaladoras.
Há lendas antigas também. Em algumas ocasiões, o peixe-remo é encontrado em praias após tempestades ou perto da superfície quando está ferido ou morrendo. As ocorrências podem ter contribuído para as histórias lendárias de avistamentos de serpentes marinhas por marinheiros e visitantes da praia.
Cientistas contestam alegações de "previsão do fim do mundo". Em 2019, quando dois peixes-remo foram capturados no Japão, Kazusa Saiba, diretor do Aquário de Uozu, disse à CNN: "Não há evidência científica para a teoria de que os peixes-remo aparecem em torno de grandes terremotos".
Sem valor. O peixe-remo é descrito como uma espécie sem valor comercial, justamente porque vive em águas profundas e devido à má qualidade da carne, que é gelatinosa, geralmente considerada não comestível.
Solitário. Exceto pelas atividades de desova, acredita-se que o animal viva uma vida solitária. No mar, ele geralmente é visto flutuando na vertical.
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