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Presidente do Irã está preparado para fechar instalação nuclear

Erich Follath

As sanções internacionais estão surtindo efeito contra a economia do Irã e agora parece que o novo presidente, Hassan Rowhani, pode estar disposto a fazer concessões no longo impasse do país com o Ocidente em torno de seu programa nuclear.   Nada –nem mesmo o arsenal de armas químicas da Síria– é fonte de tamanha preocupação para o Ocidente e Israel do que as instalações nucleares do Irã, como Natanz, Isfahan e Fordo. A instalação em Fordo, não distante da cidade sagrada de Qom, é vista como uma ameaça particularmente grave.   Pesquisadores trabalhando ali no subsolo estão usando 696 centrífugas para enriquecer urânio em 20%. Depois, é necessário apenas um pequeno passo para criação do material necessário para a produção de bombas nucleares. Fordo, que só entrou em operação no final de 2011, é supostamente a instalação mais moderna do programa nuclear iraniano que –apesar de todas as negações de Teerã– o mundo acredita visar dar à República Islâmica a arma suprema. Além disso, acredita-se que Fordo seja virtualmente indestrutível. Até mesmo bombas arrasa-bunker não seriam poderosas o suficiente para desativar a instalação –as cascatas de enriquecimento ficam a 70 metros abaixo da superfície.   Mas a antiga disputa nuclear com Teerã pode estar prestes a sofrer uma guinada sensacional. A "Spiegel" soube a partir de fontes na inteligência que o novo presidente do Irã, Hassan Rowhani, estaria preparado para desativar a instalação de enriquecimento de Fordo e permitir que inspetores internacionais monitorem a remoção das centrífugas. Em troca, ele poderia exigir que os Estados Unidos e a Europa encerrem as sanções contra a República Islâmica, suspendam a proibição à exportação de petróleo iraniano e permitam que o banco central do país possa atuar internacionalmente de novo.   Rowhani supostamente pretende anunciar os detalhes da oferta, talvez já durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU no final do mês. Seu ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, se encontrará com Catherine Ashton, a chefe da diplomacia da União Europeia, em Nova York no próximo domingo para lhe dar um esboço geral do acordo. Caso faça essas amplas concessões, o presidente Rowhani iniciaria um processo de negociação que poderia levar à retomada das relações diplomáticas bilaterais com Washington.

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