Rodrigo Maia deixa corrida presidencial e vai tentar reeleição à Câmara

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

  • Pedro Ladeira 7.mar.2018/Folhapress

    O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ)

    O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ)

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou nesta quinta-feira (26) a retirada de sua pré-candidatura à Presidência da República em prol do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB). Na mensagem, ele anunciou que tentará a reeleição como deputado federal.

"A decisão conjunta que tomamos foi a de unir nossos esforços e nossas ideias em torno do nome de Geraldo Alckmin, do PSDB", disse o deputado em carta.

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Maia lançou sua pré-candidatura há quase cinco meses, em evento festivo na Câmara dos Deputados, no dia 8 de março. Na ocasião, ele estava com 1% das intenções de voto nas pesquisas eleitorais, patamar em que ficou estacionado desde então.

No exterior por conta da viagem do presidente Michel Temer (MDB), ele fez o anúncio por meio de carta lida pelo presidente nacional do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto, em coletiva de imprensa convocada para oficializar o apoio do chamado centrão a Alckmin.

Ex-governador de São Paulo, por quatro mandatos, Alckmin é também o presidente nacional do PSDB.

No evento, já falaram o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade); o deputado federal Milton Monti (PR-SP) - representando o PR e o presidente nacional do PRB, o ex-ministro Marcos Pereira. Em seguida, falou o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional.

No microfone, Alckmin mandou o representante do PR transmitir um abraço fraterno ao Valdemar Costa Neto.

Ao final de sua fala, Alckmin se disse honrado com a confiança que recebeu. "Vamos à luta, a tarefa é grande, mas não tenho a menor dúvida em relação ao passo correto que estamos dando", declarou.

Leia a íntegra da carta de Rodrigo Maia:

"Meus amigos e amigas do Democratas, do PP, do PR, do Solidariedade, do PRB, do PHS e do Avante, nos quatro últimos meses tivemos um convívio ainda mais intenso do que o habitual.

Agradeço o apoio incondicional que recebi de todos, e de cada um de vocês, na tentativa de consolidar minha candidatura à Presidência da República.
Agradeço, sobretudo, porque esse apoio vem sendo dado a mim e àquilo que tento representar: a crença incondicional na força da democracia e da política para superar todas as adversidades desse momento singular, duro e difícil da vida nacional.

A decisão conjunta que tomamos, hoje anunciada formalmente para o país, foi a de unir nossos esforços e nossos ideais em torno do nome de Geraldo Alckmin, do PSDB. A biografia de Alckmin saberá honrar os projetos, os anseios, a experiência e o espírito público e republicano que nossas legendas reúnem como patrimônio político de rara força e coesão no Brasil.

A oportunidade que recebi como delegação de vocês permitiu-me voltar a viajar pelas cinco regiões brasileiras, algo que fiz com frequência e com prazer quando fui presidente do DEM, e constatar de perto avanços e retrocessos em todo o nosso território.

Voltei ao sertão nordestino, estive na cidade natal de minha família, a paraibana Catolé do Rocha. Vi a esperança no olhar forte dos sertanejos. Regressei ao Amazonas, a Manaus, onde testemunhei as possibilidades e os desafios do crescimento econômico com sustentabilidade. Constatei, nas planícies intermináveis do Centro Oeste, o imenso retorno que o agronegócio vem dando à nossa economia e ao nosso desenvolvimento.

E é claro que rodar o Brasil também fez com que se tornasse mais aguda a minha visão dos gargalos que travam o país, da miséria que nos envergonha e da insegurança que nos amedronta e nos atormenta.

A logística do Brasil é precária e reduz nossa competitividade industrial, além de nos impor perdas enormes no setor agropecuário. A violência se espalhou de forma epidêmica pelas metrópoles, pelas cidades médias e até mesmo no interior antes tão pacato.

Em muitos estados o crime organizado parece vencer o Estado. A desigualdade social é quase uma afronta pessoal numa Nação onde 13,4 milhões de pessoas vivem em situação de extrema pobreza e onde metade dos trabalhadores ainda recebem menos do que um salário mínimo por mês. É triste, é revoltante, constatar que a mortalidade infantil voltou a crescer entre nós, e que doenças outrora erradicadas voltaram a ameaçar o contágio da população brasileira – como o sarampo e a pólio, por exemplo.

São essas desigualdades, são esses retrocessos capazes de escrever tragédias particulares no seio das famílias brasileiras, que me levam a trilhar com vocês o caminho da unidade em torno de um projeto político que hoje parece o mais viável para evitar marchas-à-ré ainda maiores e mais trágicas para o Brasil.

A História não nos dá o direito de andar para trás. Tenham certeza disso minhas amigas e meus amigos dos partidos que compõem, com o DEM, aquilo que corretamente chamamos de Centro Democrático.

É centro porque é o ambiente em que as pessoas não abrem mão de seus princípios nem de suas ideias. É o ambiente em que políticos de todos os matizes podem sentar e dialogar para construir consensos. Se o consenso não for possível, para o centro convergem as maiorias sem que ninguém se apequene e fazendo com que todos persigam o avanço.

É democrático porque jamais deixou-nos fugir a certeza de que não há outro caminho que não seja a política, e de que não há Democracia consolidada sem instituições transparentes e funcionando em plenitude e normalidade.

Dirijo-me a vocês, à distância porque a legislação assim me obriga, porque sei que dessa forma dialogo com a maioria do povo brasileiro que os nossos partidos representam. Arquivo, momentaneamente, a pretensão presidencial que vislumbrei para marcharmos juntos, em 2018, com o projeto que estamos construindo em torno de Geraldo Alckmin.

Serei candidato a deputado federal pelo Rio de Janeiro e mais uma vez empenharei o novo mandato que espero ter a honra de conquistar em favor do Brasil e dos brasileiros.

Estaremos juntos, sempre.

Obrigado,
Rodrigo Maia"

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