Bolsonaro registra candidatura no TSE e declara patrimônio de R$ 2,3 mi
Luís Adorno e Gustavo Maia
Do UOL, em São Paulo e em Brasília
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Reprodução
Declaração de registro de candidatura de Bolsonaro (PSL) no site do TSE
O candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) declarou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ter um patrimônio total no valor de R$ 2,3 milhões. A informação consta do pedido do registro de sua candidatura, divulgado nesta terça-feira (14).
No patrimônio listado por Bolsonaro, há cinco casas, que somam pouco mais de R$ 1,5 milhão, três veículos automotores, que, juntos, valem R$ 280 mil, além de ações, caderneta de poupança e aplicações bancárias.
Por volta das 14h30, o site do TSE responsável pela divulgação das candidaturas não exibia mais o patrimônio do candidato. A assessoria do TSE informou que não tinha ciência de que o pedido de registro do candidato do PSL já havia sido cadastrado, mas explicou que o site é atualizado três vezes por dia, e que cada partido pode retirar ou modificar dados até o fim do prazo, nesta quarta-feira (15).
Às 15h30, a reportagem identificou que o registro voltou ao sistema.
O valor apresentado este ano aponta para uma queda do patrimônio de Bolsonaro em relação ao declarado na eleição de 2014, quando foi reeleito a deputado federal pelo PP. À época, ele afirmou ter R$ 2,6 milhões (em valores corrigidos pela inflação). Ou seja, o patrimônio do candidato caiu cerca de R$ 300 mil.
Dentre os sete registros de candidatos à Presidência, o capitão reformado do Exército é, até o momento, o segundo com maior patrimônio. O candidato com maior patrimônio é João Amoêdo (Novo), que registrou ter R$ 425 milhões em bens e investimentos.
Veja os patrimônios declarados até o momento:
- João Amoêdo (Novo): R$ 425 milhões
- Jair Bolsonaro (PSL): R$ 2,3 milhões
- Ciro Gomes (PDT): R$ 1,6 milhão
- Geraldo Alckmin (PSDB), R$ 1,3 milhão
- Vera Lúcia (PSTU): R$ 20 mil
- Guilherme Boulos (PSOL): R$ 15,4 mil
- Cabo Daciolo (Patriota): já apresentou o registro, mas não há relação de bens
Seis candidatos ainda não pediram o registro no TSE. São eles Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marina Silva (Rede), Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB), João Goulart Filho (PPL) e José Maria Eymael (DC). O prazo termina nesta quarta (15).
Pesquisa Ibope divulgada em 28 de junho mostrou que, em um cenário sem o ex-presidente Lula, Bolsonaro tem 17% das intenções de voto à Presidência. No limite da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, Bolsonaro está tecnicamente empatado na liderança com Marina Silva, com 13%. Considerando a margem de erro, as intenções de voto em Bolsonaro variam entre 15% e 19%; as de Marina vão de 11% a 15%.
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A candidatura de Bolsonaro tem como coligação a composição PSL e PRTB, e o slogan "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". Segundo o TSE, o limite legal de gastos de Bolsonaro no 1º turno tem o teto de R$ 70 milhões. Caso vá ao 2º turno, pode gastar mais R$ 35 milhões.
O vice-presidente de Bolsonaro, o general Antonio Hamilton Martins Mourão (PRTB), tem um patrimônio inferior, de R$ 414,4 mil. Constam da lista um apartamento, um carro, uma caderneta de poupança de uma aplicação de renda fixa.
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo, de janeiro deste ano, apontou que o patrimônio de Bolsonaro e seus filhos multiplicou durante a vida política. Eles seriam donos de 13 imóveis com preço de mercado de pelo menos R$ 15 milhões, sendo a maioria em pontos altamente valorizados do Rio de Janeiro, como Copacabana, Barra da Tijuca e Urca.
De janeiro a julho deste ano, Walderice Santos da Conceição, conhecida como Wal, recebeu R$ 17.240, como funcionária do gabinete de Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Após reportagem da Folha, a servidora, que trabalhava como vendedora de açaí em uma praia de Angra dos Reis (RJ), onde o candidato tem uma casa, foi demitida.
A reportagem do UOL tentou sem sucesso entrar em contato com integrantes da cúpula do PSL como o próprio presidenciável e o presidente em exercício do partido, o advogado Gustavo Bebianno, por telefone e mensagens de texto.
Em contato com a sede da legenda, a reportagem foi orientada a enviar um e-mail que seria respondido pela "doutora Renata", mulher de Bebianno, o que não ocorreu até o momento. Este seria, segundo a atendente, o único meio de comunicação com a campanha.
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