Preso, Lula é político mais citado em debate de candidatos ao governo de SP

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

17/08/201803h04

Eleições 2018

Candidato à Presidência da República pelo PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi, com exceção dos próprios participantes do encontro, o político mais citado no primeiro debate entre candidatos ao governo de São Paulo, na noite desta quinta-feira (16), na TV Bandeirantes.

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Com 15 menções diretas no total de quatro blocos de debate, Lula, que está preso desde abril em Curitiba após condenação na operação Lava Jato, ficou à frente do ex-governador e presidenciável pelo PSDB, Geraldo Alckmin, com dez menções.

O terceiro político mais lembrado nas falas dos candidatos foi o presidente Michel Temer (MDB), que teve o nome citado sete vezes. Jair Bolsonaro (PSL), candidato à Presidência, foi o quarto mais citado, em quatro ocasiões, e o também presidenciável Ciro Gomes (PDT) teve duas citações.

Opiniões sobre Lula são polarizadas

A maior parte das menções a Lula foi feita pelo candidato petista ao governo, o ex-ministro e ex-prefeito de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) Luiz Marinho, que fez questão de se apresentar não apenas como chefe de duas pastas na gestão do ex-presidente (Trabalho e Previdência), como na condição de "amigo de Lula".

O ex-presidente ainda foi citado por adversários em tom crítico –como por João Doria (PSDB), ao lembrar que "Lula está preso" e ao pedir a Marinho que não comparasse "Geraldo Alckmin com Lula".

Também o candidato ao governo pelo PRTB, Rodrigo Tavares, mencionou o ex-presidente petista ao compará-lo indiretamente a Bolsonaro –ao atentar, por exemplo, ao "quilate das pessoas". Em resposta, Marinho citou o presidenciável do PSL como algo mais assemelhado a uma "liderança de facção do que candidatura à presidência da República".

Alckmin "anestesista"

O próprio Tavares foi responsável ainda por uma das menções mais irônicas a Geraldo Alckmin ao lembrar da formação médica do tucano. "O ex-governador Geraldo Alckmin fez um bom trabalho, um bom trabalho como anestesista: ele anestesiou o Estado de São Paulo. Anestesiou a saúde, a segurança, a educação", disse.

Além de menções críticas por parte de Marinho e Tavares, Alckmin também foi mencionado de forma elogiosa Doria, que o classificou como "homem honesto, correto, íntegro".

As duas menções a Ciro Gomes em todo o debate foram feitas pelo candidato ao governo pelo PDT, Marcelo Cândido, que o citou como nome de seu partido à Presidência e como defensor de uma reforma tributária nacional.

Já as associações a Temer foram feitas em perguntas direcionadas ao candidato do MDB, Paulo Skaf, mas ele não fez nenhuma referência ao correligionário.

Skaf "foge" de pergunta sobre Temer

Aécio e Dilma são lembrados de formas opostas

Protagonistas do segundo turno presidencial de 2014, até a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) –na eleição deste ano, respectivamente, candidata ao Senado e candidato à Câmara, ambos por Minas –foram lembrados no debate dos candidatos ao governo de São Paulo, ainda que de maneiras opostas.

Nas duas oportunidades, Dilma e Aécio foram citados pelo candidato Luiz Marinho. Ele se referiu ao senador tucano, em questionamento a Doria, com a expressão "malas de dinheiro do Aécio" –o parlamentar é réu por corrupção no escândalo da J&F. Sobre Dilma, destacou que os governos dela (2011-2014 e 2014-2016) e de Lula (2003-2006 e 2007-2010) foram responsáveis pelas "medidas mais drásticas de combate à corrupção nesse país".

Marielle é mencionada

Assassinada a tiros em março deste ano, a ex-vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) foi lembrada uma vez já nas considerações finais do debate –e pela candidata à sucessão paulista de seu partido, a professora Lisere Arelaro, que não citou, por outro lado, o presidenciável da sigla, Guilherme Boulos. Ela pediu o voto no número da legenda e no próprio PSOL.

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