Ciro sobre Bolsonaro em debates: se não aguenta brincar, não desce pro play

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

  • Luciana Amaral/UOL

    Em ato de campanha em Ceilândia, Ciro Gomes (dir.) faz caminhada ao lado do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB)

    Em ato de campanha em Ceilândia, Ciro Gomes (dir.) faz caminhada ao lado do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB)

O candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou nesta quinta-feira (23) que, se Jair Bolsonaro (PSL) "não aguenta brincar, não desce pro play", em resposta à fala do concorrente de que não deve mais participar de debates com os demais presidenciáveis. A expressão é popularmente usada para se referir a pessoas que não aguentam a pressão causada por alguma situação.

"Quem quer ser presidente do país como nós não pode ficar só falando para convertidos. É preciso se submeter a críticas senão fica muito inconfiável, né? Você falar um monte de disparate, a maior bobagem do mundo e não ter contestação porque você está dentro de uma cápsula, uma bolha. Se você não aguenta brincar, não desce pro play. É isso o que eu vou dizer pro meu amigo", disse Ciro.

"Quem não sabe brincar, não pode descer pro play. E o Bolsonaro está com propostas que vão destruir o Brasil, a economia brasileira", completou.

Luciana Amaral/UOL
Ao lado de Rodrigo Rollemberg, Ciro Gomes almoça no quiosque Kome in Pé, em Ceilândia

Ontem, o presidente do PSL, o advogado Gustavo Bebianno afirmou que Bolsonaro não deve participar de nenhum outro debate com adversários durante a campanha. Se participar de algum, segundo ele, será "uma exceção". Em vídeo divulgado em junho nas suas redes sociais, Bolsonaro disse que compareceria a todos os debates. 

"Não se trata nem de uma estratégia, se trata de uma constatação. Nós imaginávamos que, de alguma forma, esses debates pudessem acrescentar alguma coisa, mas são debates naqueles formatos antigos", justificou Bebianno em entrevista ao UOL, em Presidente Prudente (SP).

Ciro fez campanha em Ceilândia, no Distrito Federal, a cerca de 35 km do centro de Brasília. A região administrativa é reconhecida por ter a maior influência nordestina do DF. Enquanto esperavam a chegada do candidato, apoiadores tocavam sanfona com trajes típicos.

Ele estava acompanhado do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), e da deputada distrital Luzia de Paula (PSB). Ambos tentam a reeleição.

Em discurso, Ciro ressaltou a proposta de ajudar a tirar os nomes de endividados da lista do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e pediu que a população desconfie de candidatos que "nunca administraram nem uma mercearia, mas aparecem na internet propondo todas as soluções".

"Eu compreendo com o meu coração a sua revolta, mas tomar decisão de cabeça quente nunca foi uma boa decisão. Desconfiem de quem nunca administrou um pé de bodega dos pequenos, nunca administrou uma mercearia e chega na televisão, na internet resolvendo problema complexo, difícil, a golpe de frase feita, explorando o medo, a indignação e a justa raiva que o povo vê na ladroeira, o privilégio campeando. A política está falhando, está, pesadamente. Mas é ela que decide o preço do feijão", declarou.

Questionado sobre uma possível transferência de votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ele, caso o petista não possa concorrer nas eleições, Ciro afirmou "não ver os eleitores assim como dele ou de algum outro candidato". Ele ainda falou que o povo brasileiro "é o mesmo", embora ressentido pela política praticada nos últimos anos, ao seu ver.

Cerca de 150 pessoas, segundo estimativa da reportagem do UOL, acompanharam a passeata na feira de Ceilândia, ponto central da cidade, com bandeiras e camisetas dos candidatos. A claque mais animada era a de Luzia de Paula.

No local, eles comeram comida nordestina em mesas e cadeiras de plástico na beira de um quiosque voltado para uma praça.

Depois da passagem pela feira de Ceilândia, Ciro teve um encontro privado com a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). À tarde, segue para campanha em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

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