Bolsonaro propõe que Brasil procure ONU para criar campos de refugiados

Gustavo Maia

Do UOL, em São José do Rio Preto (SP)

Candidato do PSL ao Palácio do Planalto, o deputado federal Jair Bolsonaro declarou nesta sexta-feira (24) que o Brasil poderia procurar a ONU (Organização das Nações Unidas) para criar campos de refugiados no país, perto da fronteira, e abrigar venezuelanos.

Isso porque, segundo ele, o problema da crise migratória não pode ficar sob a responsabilidade do governo de Roraima, estado brasileiro que mais recebe pessoas que deixaram o país vizinho.

"Eu sou humano, eu respeito os direitos humanos de quem está numa situação crítica, como eles estão, mas não podemos deixar nas mãos do governo de Roraima resolver esse problema", disse Bolsonaro.

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O presidenciável já havia aventado a ideia em entrevista concedida em março ao jornal "O Estado de São Paulo", mas falou hoje pela primeira vez na eventual participação da Nações Unidas, durante entrevista coletiva em São José do Rio Preto (SP). Ele está em campanha pelo interior de São Paulo.

A declaração ocorre quase uma semana antes de ele ter dito que, se for eleito, o Brasil sairá da ONU, que "não serve para nada". Dias depois, ele disse ter cometido um ato falho e que se referia ao Conselho de Direitos Humanos da entidade.

Bolsonaro também aproveitou para criticar a atual lei de migração, cujo autor foi o senador licenciado e ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB).

"O Brasil não pode ser um país de fronteiras abertas. A questão de acolhimento de venezuelanos é uma coisa. Acredito que você poderia buscar a ONU para que crie campos de refugiados para atenuar esse problema deles e da população, não só de Boa Vista como de Pacaraima (RR)", explicou.

Na semana passada, houve conflitos entre brasileiros e venezuelanos em Pacaraima, com pedradas, ataques com bombas de gás improvisadas, incineração de pertences de refugiados e vandalização de carros dos moradores locais. 

"Não acho que deve haver nada de violência lá, mas foi uma reação do povo. E o governo continua de costas para esse problema", comentou o presidenciável. "O venezuelano não está saindo de lá porque quer, está fugindo da fome e da ditadura", completou.

Para ele, o Brasil não pode "continuar flertando com o perigo". "Não podemos deixar que o Brasil cada vez mais se aproxime do regime que existe na Venezuela", disse. O candidato afirmou ainda que esteve duas vezes em Roraima nos últimos dois anos.

"Comuniquei na época ao ministro da Saúde os problemas que eles enfrentavam lá e conversei com algumas pessoas do que realmente deveria ser feito. Não fizeram nada e chega um ponto em que explodiu essa situação lá", declarou Bolsonaro.

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