Bolsonaro é 1º presidenciável a arrecadar mais de R$ 1 milhão em vaquinha

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

  • Wilton Junior/Estadão Conteúdo

    O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, recebe cumprimentos ao chegar no Hotel Hilton, em Copacabana, para participar de um almoço com empresários do setor de seguros

    O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, recebe cumprimentos ao chegar no Hotel Hilton, em Copacabana, para participar de um almoço com empresários do setor de seguros

O deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) arrecadou mais de R$ 1 milhão por meio de financiamento coletivo pela internet e foi o primeiro candidato ao Palácio do Planalto a ultrapassar a marca, no fim da noite deste domingo (2).

Até as 15h desta segunda-feira (3), Bolsonaro e seu partido receberam R$ 1.017.328 de 9.698 doadores. Em média, cada um deles transferiu quase R$ 105 para Bolsonaro e para a sigla. É como se a "vaquinha virtual" tivesse arrecadado cerca de R$ 17 mil por dia.

Na primeira fase, iniciada no começo de julho, os apoiadores doaram em uma plataforma do PSL, que totalizou R$ 359.181. Os outros R$ 655.822 foram arrecadados diretamente para a campanha do presidenciável a partir de 16 de agosto, primeiro dia oficial da campanha eleitoral.

O deputado federal tem afirmado desde o ano passado que gastaria aproximadamente R$ 1 milhão ao longo da campanha. O teto para uma campanha de presidencial é de R$ 70 milhões, no primeiro turno, e mais R$ 35 milhões, no segundo.

Esta forma de arrecadação passou a ser permitida pela legislação eleitoral nas eleições deste ano, desde o dia 15 de maio.

O financiamento coletivo é considerado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mais uma forma de doação, que está sob as mesmas regras de prestação de contas e fiscalização de doações feitas de maneira tradicional. Desde 2015, estão proibidas doações de pessoas jurídicas.

Ranking

Depois de Bolsonaro, quem mais arrecadou virtualmente foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi declarado inelegível pelo TSE no último sábado (31). Desde o dia 6 de junho, quase três meses atrás, houve 7.636 doações que totalizaram R$ 752.638.

A lei eleitoral estabelece que "se não for efetivado o registro da candidatura, as entidades arrecadadoras deverão devolver os valores arrecadados aos doadores", mas não aponta claramente o que deve ocorrer no caso de rejeição da candidatura pela Justiça eleitoral. 

Segundo Daniel Falcão, professor do IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público) e especialista em direito eleitoral e constitucional, é possível que o PT não precise devolver o dinheiro arrecadado na vaquinha. A tendência é que Lula seja substituído pelo vice em sua chapa, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT).

Veja os outros:

João Amoêdo (Novo) - R$ 482.500 (4.493 doações)
Marina Silva (Rede) - R$ 268.135 (2.116 doações)
Ciro Gomes (PDT) - R$ 122.113 (1.454 doações)
Guilherme Boulos (PSOL) - R$ 40.863 (323 doações)
Alvaro Dias (Podemos) - R$ 24.873,00 (139 doações)
Cabo Daciolo (Patriota) - R$ 7.150,26 (118 doações)
João Goulart Filho (PPL) - R$ 2.950,00 (12 doações)
Vera Lúcia (PSTU) - R$ 2.035,00 (19 doações)

O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, mantém uma plataforma de arrecadação, mas omite o valor já doado ou o número de doações. Já Henrique Meirelles (MDB), que doou R$ 20 milhões à própria campanha, e José Maria Eymael (DC) não dispõem de vaquinha online.

Ao todo, os dez candidatos que divulgaram os valores arrecadaram pouco mais de R$ 2,7 milhões.

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