É fácil defender livre mercado e ir bater na porta do governo, diz Marina

Janaina Garcia e Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

A candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, afirmou nesta terça-feira (4) na sabatina promovida pelo UOL em parceria com o jornal "Folha de S.Paulo" e o SBT que, se eleita, ela deverá rever subsídios a setores da economia e "acabar com farra do Refis" – programa do governo federal para refinanciamento de dívidas.

Marina respondeu sobre ações que o governo poderia adotar em um cenário de estados e municípios endividados e sem capacidade de investimento e sobre subsídios que eventualmente poderia conceder a setores da economia. A candidata defendeu que isso seja feito "dentro de uma avaliação criteriosa", mas indicou que, no atual cenário da economia, a avaliação é que isenções fiscais não têm espaço.

"Temos que acabar com a farra do Refis. Hoje, uma boa parte dos recursos que poderiam ser investidos em saúde, educação e segurança estão sendo destinados a perdão ou renegociação de dívida", disse.

"É muito fácil defender o livre mercado e, na primeira oportunidade, ir ao balcão do governo fazer determinado tipo de isenção. Isso não é justo, e a sociedade brasileira está pagando um preço alto", afirmou a candidata.

A presidenciável defendeu, entretanto, que "algumas isenções devem permanecer", mas adiantou que, "da forma como estamos, [isso é] sem condição". "Não há capacidade de suporte orçamentário, e todos têm que fazer sacrifício para ter investimento e o país gerar emprego e voltar a crescer e equilibrar as contas públicas", concluiu.

Perguntada sobre que setores poderiam dispor ainda de subsídios, Marina esquivou-se. "Vamos avaliar com critérios. Imagina escolher meia dúzia de ungidos para dizer: 'Mamãe mandou dizer para isentar esse daqui'."

Segundo o último levantamento do Datafolha, no cenário sem Lula, Marina assume o segundo lugar da corrida com 16%, atrás apenas de Jair Bolsonaro (PSL, 22%). 

Sabatinas e debates

Os presidenciáveis estão sendo entrevistados por jornalistas de UOL, Folha e SBT. O primeiro a ser sabatinado foi Ciro Gomes (PDT), na segunda-feira (3). A ordem das entrevistas foi definida por sorteio e os próximos entrevistados são:

5/9 – Luiz Inácio Lula da Silva (PT)*
6/9 – Guilherme Boulos (PSOL)
10/9 – Alvaro Dias (Podemos)
11/9 – Geraldo Alckmin (PSDB)
12/9 – Cabo Daciolo (Patriota)
13/9 – Henrique Meirelles (MDB)
14/9 – Jair Bolsonaro (PSL)

UOL, Folha e SBT também realizarão um debate entre os candidatos no dia 26 de setembro e, em um eventual segundo turno, no dia 17 de outubro.

Dividido em três blocos, o debate terá transmissão ao vivo pela TV aberta e nos sites do UOL e da Folha. Três jornalistas de cada veículo, assim como nas sabatinas, entrevistarão os candidatos.

Foram convidados os candidatos dos partidos com representatividade no Congresso (com ao menos cinco parlamentares), conforme determina a legislação eleitoral. 

*Ainda nas tratativas para as sabatinas, UOL, Folha e SBT convidaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então candidato do PT a presidente e líder nas principais pesquisas de intenção de voto para o Planalto, para participar das sabatinas e entraram com recurso na Justiça Eleitoral para poder entrevistá-lo. No entanto, preso desde abril, ele foi impossibilitado de dar entrevistas por decisão judicial.

Além disso, na madrugada do último sábado (1º), a candidatura de Lula foi barrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O PT ainda hesita em indicar o nome do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad para assumir cabeça de chapa, mas, caso a legenda formalize a troca até terça-feira (4), o novo candidato petista poderá participar da sabatina na quarta (5).

Veja íntegra da sabatina UOL, Folha e SBT com Marina Silva

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos