PF apura se houve mandante intelectual de ataque a Bolsonaro, diz deputado

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Juiz de Fora

  • Foto: RAYSA LEITE / AFP

A Polícia Federal trabalha com duas linhas de investigação no caso do esfaqueamento do candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL), na quinta-feira (6), em Juiz de Fora (MG). Segundo relato do deputado federal Fernando Francischini (PSL), que participou hoje (7) de uma reunião com os delegados da PF, uma das hipóteses é de que o agressor tenha recebido ordens de um "mandante intelectual".

A jornalistas, o parlamentar relatou ter escutado do superintendente da PF em Juiz de Fora, Rodrigo Teixeira, que os agentes apreenderam em posse do autor do ataque quatro celulares e um notebook. Além disso, segundo o deputado, os investigadores estranharam o fato de o agressor ter passado por vários estados antes de chegar à cidade mineira, há duas semanas.

Para colaborar com o trabalho da polícia, os correligionários de Bolsonaro estão fornecendo a agenda completa do presidenciável, com todo o itinerário recente. A ideia é cruzar com os últimos destinos do homem que esfaqueou o candidato para verificar se ele teria algum tipo de planejamento.

Preso em flagrante, Adélio Bispo de Oliveira, 40, foi indiciado pela Polícia Federal com base na Lei de Segurança Nacional. De acordo com a PF, Oliveira foi indiciado com base no artigo 20 da lei, que prevê o crime de atentado pessoal por inconformismo político.

"O crime aconteceu de maneira estranha e por isso a PF resolveu se dedicar e trazer uma equipe de fora para reforçar o time aqui da investigação. Vieram equipes de Belo Horizonte e de Brasília. Foram quatro celulares apreendidos, dois no momento da prisão e dois na pensão onde ele estava hospedado, além de um notebook", declarou Francischini.

"Os dados iniciais mostram que não é aquele crime que facilmente se encerra, como uma tentativa de homicídio, com a oitiva das pessoas envolvidas. Os celulares apreendidos, o notebook apreendido, passagem por vários locais, o pagamento da pousada, são vários indícios que merecem ser aprofundados."

A outra linha de investigação, conforme relato de Francischini, seria a possibilidade de o agressor ser um "lobo solitário". Essa hipótese já havia sido comentada hoje pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann (PPS-PE).

"Quem mandou foi o Deus a quem sirvo", diz suspeito

Um vídeo que circula nas redes sociais e obtido pelo UOL mostra Oliveira após ser detido. No vídeo, ele afirma que "ninguém" o mandou cometer o atentado. Mais uma vez questionado por um dos investigadores presentes na sala, ele conta que atacou o candidato a mando de Deus. "Quem mandou foi o Deus a quem sirvo", responde.

Natural de Montes Claros (MG), Oliveira foi filiado ao PSOL por pelo menos sete anos, entre 2007 e 2014. O PSOL emitiu uma nota repudiando o ataque e dizendo desconhecer o histórico de militância de Adélio junto ao partido.

Um segundo suspeito também foi preso nesta quinta-feira pela Polícia Militar em Juiz de Fora. O homem de 27 anos foi detido nas imediações do local onde o deputado do PSL foi atingido. Ele teria sido visto conversando com Oliveira antes do ataque e foi liberado por não haver indício de envolvimento no crime. Apesar de ter sido liberado, ele continua sob investigação.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos