Filhos de Bolsonaro, Eduardo e Flávio são eleitos; ex-mulher não se elege
Eduardo Lucizano
Colaboração para o UOL, em São Paulo
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Pedro Ladeira/Folhapress
Os irmãos Flávio (à dir.) e Eduardo Bolsonaro se elegeram neste domingo
De carona na popularidade do pai Jair Bolsonaro (PSL), dois filhos do candidato à Presidência lideraram suas disputas e se elegeram neste domingo (7) com facilidade. Eduardo Bolsonaro (PSL), 34, foi eleito por São Paulo e ainda se tornou o candidato a deputado federal mais votado da história do Brasil em números absolutos. Já Flávio Bolsonaro (PSL), 37, foi o candidato ao Senado mais votado do Rio.
O sobrenome Bolsonaro só não ajudou Ana Cristina Siqueira Valle (Podemos), uma das ex-mulheres do presidenciável, que saiu candidata pela primeira vez, mas não se elegeu. Ela usou o Bolsonaro em seu nome de urna.
Eduardo eleito em SP
Com 98,28% das urnas de São Paulo apuradas, Eduardo tinha mais de 1,81 milhão de votos, superando o recorde de Enéas Carneiro (Prona-SP), que teve 1,57 milhão de votos em 2002.
Eduardo, que ganhou destaque em compromissos de campanha do pai, viu sua base de seguidores nas redes sociais crescer após o ataque sofrido por Bolsonaro em Juiz de Fora (MG).
Eduardo ainda se envolveu em polêmicas e disse que as mulheres de direita são mais bonitas do que as de esquerda.
Flávio eleito no Rio
Flávio, que é deputado estadual, também assumiu a campanha do pai após o ataque. Com 100% das urnas apuradas, ele tinha 4,4 milhões de votos (31,4%) para o Senado.
Flávio também ganhou visibilidade ao assumir posições controversas. Na última semana, ele defendeu os candidatos do PSL que quebraram uma placa de rua que homenageava a Marielle Franco (PSOL), vereadora assassinada em março no Rio, e disse que o ato teve o objetivo de "restaurar a ordem".
Além de serem catapultados pelo crescimento do pai, os filhos tiveram apoio financeiro de Jair. Juntos, receberam R$ 300 mil em doações paternas para as campanhas. Segundo a declaração de bens apresentada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o patrimônio de Eduardo subiu 432% desde 2014 e o de Flávio, 55% desde 2010.
Ex-mulher não consegue se eleger
Candidata pela primeira vez, Ana Cristina Siqueira Valle, uma das ex-mulheres de Bolsonaro, não conseguiu ser eleita deputada federal pelo Rio. Na reta final da campanha, Ana Cristina viu seu nome envolto em questões e desmentidos.
Ana Cristina teria sido ameaçada de morte por Bolsonaro em 2011, segundo telegrama do Itamaraty obtido pela "Folha de S.Paulo".
Dias depois, a revista Veja publicou relatos de que Ana Cristina acusou Bolsonaro de furtar joias que ela mantinha em uma agência do Banco do Brasil, além de ter dito que Jair Bolsonaro teria ocultado patrimônio da Justiça Eleitoral em 2006.
Nas urnas com o nome "Cristina Bolsonaro", apesar de nunca ter sido oficialmente casada com o capitão reformado, Ana Cristina publicou vídeo nas redes sociais afirmando que nunca foi coagida por Bolsonaro. Sobre as acusações transcritas por Veja, ela recuou: "Quando você está magoada, fala coisas que não deveria", disse.
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