Com Bolsonaro no 2º turno, Bebianno diz que apoio político não se nega

Hanrrikson de Andrade e Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

  • Bruna Prado/UOL

    Bebianno (de preto) dá entrevista no Rio; Bolsonaro não foi

    Bebianno (de preto) dá entrevista no Rio; Bolsonaro não foi

O presidente em exercício do PSL, Gustavo Bebianno, afirmou neste domingo (7) que a campanha de Jair Bolsonaro (PSL) está aberta para conversar com os partidos de afinidade ideológica ou de centro que queiram manifestar apoio no segundo turno contra o petista Fernando Haddad.

"Apoio político é algo que não se nega", declarou ele, que representou Bolsonaro na entrevista marcada para o fim da apuração. O presidenciável não compareceu ao compromisso por recomendação médica e de sua equipe de segurança, de acordo com o dirigente partidário. Em vez disso, manifestou-se por meio de uma transmissão ao vivo nas redes sociais.

Na versão de Bebianno, é "natural que haja conversas" no segundo turno da eleição, mas descartou qualquer possibilidade de diálogo com a "extrema esquerda" --referindo-se a legendas como PT e PSOL.

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Questionado se buscaria uma aliança com o PSDB de Geraldo Alckmin, Bebianno lembrou os ataques do tucano em sua propaganda eleitoral, mas não fechou as portas. "Acho muito difícil uma conversa com o Alckmin apesar de estarmos abertos para conversar."

O deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), anunciado por Bebianno como o "futuro ministro da Casa Civil" caso Bolsonaro seja eleito, disse que a "campanha vai conversar com todos que quiserem". Lorenzoni é considerado o articulador político do concorrente do PSL.

"Mas a regra será aquilo que o Jair sempre disse: não houve e não haverá, em nenhuma circunstância, o toma-lá-dá-cá", afirmou o parlamentar gaúcho.

JOSIAS: BOLSONARO REPRESENTA FALÊNCIA DO SISTEMA

Bebianno também se disse animado com o fato de que Bolsonaro terá maior tempo de TV neste segundo turno, apesar da escassez de recursos. "Temos igualdade de tempo de TV, o que nós não temos é a igualdade financeira", comentou ele.

Disse ainda que Bolsonaro irá aos debates no segundo turno se estiver em "plenas condições". Na visão dele, o formato dos debates se torna "um pouco mais interessante" na etapa decisiva da eleição. "Não é aquela perda de tempo com Boulos e outros candidatos", afirmou, em referência ao candidato do PSOL, derrotado hoje.

De olho no segundo turno

Para o presidente em exercício do PSL, um dos desafios vitais da equipe de Bolsonaro até a votação do dia 28 de outubro será arcar com os custos de campanha, sobretudo em relação à propaganda eleitoral, já que o tempo de TV e rádio será consideravelmente maior --ele e Haddad dividirão os blocos do horário eleitoral.

Bebianno destacou que, apesar de ter feito um aceno a gays em sua última transmissão ao vivo nas redes sociais antes do 1º turno, no sábado (6), o discurso de Bolsonaro "não mudou absolutamente nada" e que não há um movimento eleitoral nesse sentido.

"O pensamento dele sempre foi esse", disse. O dirigente partidário afirmou ainda que "políticas de cotas proporcionam a divisão das pessoas". "Talvez a maioria das pessoas queira a mesma coisa: um mundo melhor. O que a gente diverge é a forma como a gente vai conquistar isso."

Apesar da necessidade de impulsionar a arrecadação para a reta final da disputa, Bolsonaro pretende manter o princípio de não aceitar doações de grandes empresários, de acordo com Bebianno. A campanha continuará a contar apenas com as doações feitas por meio de financiamento coletivo na internet. "Não aceitamos ajuda de empresários e de núcleos poderosos. Jair Bolsonaro continua livre para, chegando ao governo, que possa governar para os brasileiros sem vínculo e rabo preso com ninguém."

"Os médicos estão fazendo um acompanhamento estreito e esperamos que ele esteja em plenas condições de ir."

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