OEA tem "zero credibilidade", diz advogado que comanda partido de Bolsonaro

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

  • Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Presidente em exercício do PSL, o advogado Gustavo Bebianno afirmou nesta sexta-feira (26) que a OEA (Organização dos Estados Americanos) tem "zero credibilidade" para a campanha do candidato do seu partido à Presidência da República, o deputado federal Jair Bolsonaro.

A declaração ocorre um dia depois de a chefe de missão da OEA que está no Brasil para observar as eleições, Laura Chinchilla, que é ex-presidente da Costa Rica, dizer que o "fenômeno" do uso de WhatsApp para a disseminação de notícias falsas não tem precedentes no mundo.

Ao ser questionado por jornalistas sobre as conclusões de Chinchilla, Bebianno disse que ela é "esquerdista". "Ela está falando de quem? Ela tem que falar do PT", declarou.

A chefe da missão da entidade, no entanto, não citou nenhum candidato quando falou sobre o fenômeno brasileiro.

Nesta quinta-feira (25), ela e outros representantes do grupo se reuniram em São Paulo com o candidato do PT a presidente, Fernando Haddad, sua vice, Manuela D'Ávila (PCdoB), a presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.

A reunião foi solicitada pela campanha petista em razão da denúncia revelada pelo jornal "Folha de S.Paulo" sobre a compra, por parte de empresas, de pacotes de disparos de mensagens em massa no WhatsApp contra o PT.

Segundo a OEA, há interesse da missão em encontrar também representantes da candidatura de Bolsonaro antes do segundo turno da votação, que acontece no domingo (28).

"Não, nós não produzimos fake news. Ela está falando do PT, mas como ela é esquerdista, então ela não fala do PT. Ela vai lá, acariciar. A OEA também zero credibilidade para gente", defendeu-se Bebianno, atacando a ex-presidente da Costa Rica.

Ao ser informado que Chinchilla já foi declarada persona non grata pela Venezuela e questionado se o fato não descredencia sua acusação de que ela seja esquerdista, o dirigente do PSL disse desconhecer a informação, e emendou: "Sei que a OEA, assim como a ONU [Organização das Nações Unidas], tem um viés globalista, esquerdista".

Indagado se o descrédito com relação à OEA também se estendia à ONU (Organizações das Nações Unidas), ele contemporizou. "Não digo que a ONU seja zero credibilidade, mas a ONU tem uma tendência globalista que nós não concordamos", completou.

Em caso de eleição de Bolsonaro, Bebianno disse que o governo vai precisar rever a "questão de Direitos Humanos", priorizando as vítimas.

"Em primeiro lugar, [direitos humanos] para as pessoas de bem. As pessoas que matam as outras, que agridem as outras, essas têm que ser colocadas em segundo plano. Em primeiro plano, na nossa prioridade, estão as vítimas", afirmou.

"Então, toda essa questão de direitos humanos ninguém, nenhum ser humano normal pode ter algum tipo de prazer ou satisfação em ver o outro sofrer, por pior que seja aquela pessoa, por piores que tenham sido as suas atitudes. Mas, numa ordem de prioridade, que se priorize primeiro as vítimas e não os agressores. Essa é a nossa posição", concluiu o advogado.

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