Após derrota em 2016, Haddad mais do que dobra votação na capital paulista

Do UOL, em São Paulo

  • Ricardo Matsukawa/UOL

    Haddad em seu primeiro discurso após eleição de Jair Bolsonaro

    Haddad em seu primeiro discurso após eleição de Jair Bolsonaro

Depois de perder a disputa em que tentava a reeleição para prefeito de São Paulo em 2016 para João Doria (PSDB), Fernando Haddad (PT) mais do que dobrou sua votação na capital paulista em sua campanha derrotada à Presidência da República neste ano. 

No segundo turno da campanha presidencial, Haddad recebeu 2.424.125 votos, desempenho 2,5 vezes superior ao apoio recebido na eleição para prefeito em 2016, quando foi votado por 967.190 eleitores, 16,7% do total.

Naquele ano, Haddad não venceu em nenhum distrito. Em 2018, ganhou em seis: Cidade Tiradentes, na zona leste, e Parelheiros, Capão Redondo, Piraporinha, Grajaú e Valo Velho, todos na zona sul.

Haddad x Doria

Doria, que deixou a Prefeitura para concorrer e vencer a eleição para governador do estado, viu seu eleitorado na capital encolher no segundo turno. Apesar de ter vencido o pleito deste ano, sua votação ficou menor em 28 de outubro em comparação com seu desempenho em 2016. Naquela ocasião, o tucano foi eleito com 3.085.187 de votos, contra 2.447.309 recebidos na cidade neste domingo, apenas 23.184 votos a mais do que Haddad.

O petista já havia melhorado seu desempenho no primeiro turno da campanha em relação a 2016. Em 7 de outubro último, o petista recebeu 1,2 milhão de votos na capital, 200 mil votos a menos do que João Doria (1,4 milhão) no primeiro turno.

Bolsonaro vence na capital

Apesar de ter recuperado parte de seu eleitorado na cidade que administrou, Haddad recebeu apenas 39,62% dos votos em São Paulo, bem atrás dos 3.694.834 votos recebidos pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), apoiado por 60,38% do eleitorado paulistano.

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Apesar do bom desempenho de Bolsonaro na capital, o cientista político Gilberto de Palma, fundador do Instituto Ágora em Defesa do Eleitor e da Democracia, avalia que a campanha agressiva do PT na reta final da campanha custou alguns votos ao capitão reformado.

"Nós atribuímos o crescimento do Haddad na capital à inflexão de seu marketing final, que foi agressivo, fazendo apelos aos sentimentos humanos, com cenas verdadeiras, mas fortes, como a de torturas, por exemplo", diz o cientista político, que estudou o comportamento do eleitorado da cidade de São Paulo na eleição presidencial. "O PT cometeu muitos erros de marketing durante a campanha, mas foi muito eficiente no final."

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