Topo

Governo vai cortar a produção das termoelétricas

Piero Locatelli<br/> Do UOL Notícias<br/> Em Brasília (DF)

09/01/2009 12h38

O governo irá cortar a produção de todas as suas usinas termoelétricas a partir de hoje. O motivo alegado pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, foi o bom funcionamento das usinas hidrelétricas, que estão todas com seus reservatórios cheios nessa época do ano. A previsão é que a medida siga até abril.

O ministro disse que somente quatro usinas serão mantidas em funcionamento. São elas: as duas usinas fluminenses, além das nucleares Angra 1 e 2. Segundo o ministro "o custo é baixo e há contratos especiais para mantê-las ligadas".

As usinas termoelétricas geram em torno de 8.000 MW de energia por dia. Em 2008, as usinas não foram desligadas, o que fez o governo importar muito gás da Bolívia. Perguntado se isso trouxe um ônus para o consumidor, pelo preço mais elevado, o ministro negou: "Tivemos a segurança devida. Não poderíamos correr o risco do desabastecimento. O preço mais elevado que pode existir para o consumidor é não ter energia".

O ministro negou relações do desligamento das termoelétricas com a crise. "Não está havendo queda na demanda", disse.

Importação de gás boliviano vai diminuir
Com a medida, o governo diminuirá a importação de gás boliviano. O contrato com o país fronteiriço é de 30 milhões de metros cúbicos por dia. A partir de agora, a importação será de 19 milhões por dia. Se a restrição continuasse até o fim do ano, haveria 600 milhões de dólares a menos nos cofres bolivianos, mas a previsão é que a medida vá só até abril, informou Lobão.

Hoje, às 16h o ministro se reunirá com os ministros bolivianos do Planejamento, Carlos Villegas, de Hidrocarbonetos, Saul Abalos, e da Defesa, Hector Arce para discutir o assunto. O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, também participará da reunião pois a estatal é signatária do contrato.

Apesar de já ter falado com Abalos pelo telefone, Lobão ainda não sabe qual será a contraproposta do vizinho. "Nós não faremos nada que prejudique a bolívia intencionalmente", disse o ministro. "Mas não podemos prejudicar o Brasil".