Presidente da Comissão de Ética vê pressão de Ideli Salvatti no caso das lanchas
O presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Sepúlveda Pertence, afirmou na noite desta segunda-feira (16) que a atuação da ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) junto a membros da comissão foi maior que a de demais ministros investigados pelo órgão –como os ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Ana de Hollanda (Cultura).
Nesta segunda, a Comissão de Ética anunciou que recebeu o pedido do PSDB para investigar a relação da ministra com possíveis irregularidades na compra de 28 lanchas-patrulha, adquiridas entre dezembro de 2008 e março de 2011 pelo Ministério da Pesca –pasta já ocupada por Ideli.
O advogado da ministra Marcos Joaquim Alves fez hoje corpo-a-corpo com, pelo menos, três dos seis conselheiros da comissão –o presidente, o relator Américo Lacombe e Fabio Coutinho– em reuniões a portas fechadas, nas quais os assessores da comissão impediram que os jornalistas se aproximassem.
Questionado se a pressão da ministra foi maior do que a realizada por outros ministros, Pertence afirmou: “Foi. Não nego que o advogado protestou (...). Achava desnecessário, mas não vejo nada de extraordinário", avaliou Pertence.
A reunião com o advogado da ministra aconteceu momentos antes de Pertence falar com os jornalistas. "O advogado que vem aqui é tratado como advogado, inclusive a comunicação dele com um dos conselheiros não é aberta a imprensa a não ser que ele assim resolva", justificou.
Além dos serviços de um advogado, a ministra também contratou a empresa Entrelinhas Comunicação Ltda. para ajudá-la no trato com a imprensa.
A defesa entregou espontaneamente à Comissão de Ética as explicações de Ideli, antes mesmo de pedirem formalmente os esclarecimentos.
O relator do caso será Américo Lacombe, que disse ser possível entregar a avaliação sobre o assunto já na próxima reunião da comissão, em 14 de maio.
"O relator está examinando e, provavelmente na próxima reunião, terá esta decisão preliminar de abrir ou não processo. Se o relator entender que, com a denúncia, ele já está habilitado, ele leva ao plenário e vota pelo arquivamento sumário ou pela abertura do processo", explicou Pertence.
A base da representação do PSDB à comissão são as investigações do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre a compra de lanchas da empresa Intech Boating, que doou verba para a campanha de Ideli ao governo de Santa Catarina, em 2010. A compra foi feita ainda na gestão de seu antecessor, o ex-ministro Altemir Gregolin.
Em nota, a assessora pessoal de Ideli Salvatti aponta que o TCU divulgou hoje uma certidão que atesta que a ministra “não consta como responsável em nenhum processo de fiscalização”.
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