No Senado, Aécio enumera 13 fracassos do governo federal e nega ser candidato a presidente
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) fez um discurso de cerca de 23 minutos no plenário do Senado nesta quarta-feira (20) criticando o governo do PT. Em dezembro do ano passado, o tucano também usou o plenário para criticar o governo federal, atacando o que chamou de “profunda intervenção” no setor elétrico "sem nenhum diálogo ou planejamento”. Ele negou, no entanto, ser candidato ao Planalto em 2014.
O discurso de Aécio acontece no mesmo dia em que o PT faz ato em São Paulo para comemorar os 10 anos de governo federal e os 33 anos de fundação da legenda.
Após o discurso, em resposta a aparte do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), Aécio disse que não é candidato a presidente da República. "Acho que vossa excelência não constrói um discurso competitivo para quem é candidato a presidente da República", afirmou Farias. "Em primeiro lugar, agradecendo a gentileza do seu lançamento de minha candidatura à Presidência da República, mas essa será, por mais que me honre seu estímulo, uma decisão do meu partido", respondeu o tucano.
Segundo o senador mineiro, "é justo assinalar ausências importantes na celebração petista: autocrítica, humildade e reconhecimento". "Qual o PT que faz aniversário hoje? O que condenou as privatizações ou o que as realiza hoje sem qualquer constrangimento?", questionou, sendo em seguida aplaudido por outros senadores.
"Não confundimos convicções com conveniência", afirmou Aécio, que reclamou que o PT nunca reconheceu os avanços do PSDB quando este governou o país. De acordo com ele, "a presidente Dilma Rousseff chega à metade do seu mandato longe de cumprir as promessas de campanha".
O discurso de Aécio foi pontuado por 13 fracassos petistas (clique aqui para ler a íntegra). Segundo ele, os pontos mais frágeis do governo petista são:
Senador Aécio Neves aponta 13 fracassos do PT
1) Baixo crescimento e desenvolvimento do país, com crescimento do PIB que fica apenas atrás do Paraguai;
2) Paralisia do país, com um "PAC da propaganda e do marketing" que não funciona;
3) Indústria sucateada;
4) Falta de valorização da estabilidade da moeda e inflação alta, acima da meta;
5) Perda de credibilidade do país;
6) Destruição do patrimônio nacional, derrocada da Petrobras e desmonte das estatais;
7) Mito da autossuficiência em petróleo e a implosão do etanol;
8) Risco de racionamento de energia;
9) Desmantelamento da nação, com Estados e municípios fragilizados em relação à União
10) Redução de investimentos em segurança pública
11) Descaso na saúde e a frustração na educação
12) Estímulo à intolerância e ao autoritarismo, com tentativas de cerceamento à liberdade de imprensa
13) Complacência com desvios éticos e a sucessão de casos de corrupção.
"O PT está exaurindo a herança bendita do governo Fernando Henrique", atacou. "Não é a mais a presidente [Dilma] que governa. Hoje quem governa o Brasil é a lógica da reeleição", concluiu o parlamentar mineiro, seguido por mais aplausos de senadores da oposição.
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Outros dois senadores tucanos, Cyro Miranda (GO) e Paulo Bauer (SC), também subiram ao plenário do Senado nesta tarde para criticar o PT.
Miranda citou o mensalão, apagões e o aparelhamento de instituições como a Petrobras. "Projeto político do PT esconde um desejo chavista de fazer as instituições democráticas curvarem-se ao poder de ditadores”, afirmou o parlamentar goiano. Já Bauer citou os problemas em aeroportos no país e disse que o governo do PT “não enxerga o amanhã”.
Clima de eleições
O clima de disputa eleitoral entre PT e PSDB começou a esquentar nessa semana. Ontem, a presidente Dilma Rousseff anunciou que irá incluir mais 2,5 milhões de brasileiros no Bolsa Família. O pronunciamento de Dilma e os números divulgados pelo governo foram questionados pela oposição.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) questionou ontem, também no plenário do Senado, o discurso da presidente Dilma Rousseff sobre a redução da pobreza no Brasil.
Nunes retrucou que a presidente revela um "profundo desconhecimento" da história do Brasil. "É muita presunção imaginar que a luta contra a pobreza começa com a chegada do presidente Lula ao governo." "Isso não foi inventado pelo PT", criticou.
Em janeiro, a disputa entre petistas e tucanos teve outro episódio. Após pronunciamento de Dilma em cadeia nacional de rádio e televisão anunciando redução na conta de luz, os tucanos entraram com uma representação contra a presidente na Procuradoria Geral da República.
Segundo os oposicionistas, a mandatária fez campanha eleitoral antecipada ao usar roupas vermelhas e os mesmos caracteres que usava quando era candidata.
"Houve evidente mudança de padrão. Uma clara antecipação da campanha de forma indevida, uma antecipação do pleito eleitoral utilizando do aparato [do Estado] para fazer campanha", afirmou, à época, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP).
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