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CPI dos Ônibus no Rio terá 1ª audiência pública e convocará secretário de Transportes

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

15/08/2013 11h16Atualizada em 15/08/2013 16h02

Iniciada pontualmente às 10h desta quinta-feira (15), a primeira sessão da CPI dos Ônibus, realizada no Cerimonial da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, acabou pouco menos de uma hora depois. Ficou marcada para o próximo dia 22 a primeira audiência pública da comissão. O presidente da CPI, Chiquinho Brazão (PMDB), afirmou que a audiência acontecerá no plenário da Casa e será aberta ao público. Segundo a assessoria da Câmara, a reunião de hoje ocorreu na sala do cerimonial por se tratar de um ato administrativo.

Para a audiência do dia 22, serão convocados o secretario municipal de Transportes, Carlos Osório, o ex-secretário de Transportes Alessandro Sansão, e o presidente da Comissão de Licitação dos Ônibus em 2010, Hélio Borges Farias.

A sessão aconteceu em meio a barreiras policiais em volta da Câmara e protestos no centro da cidade. Como a reunião ocorreu sala do Cerimonial, onde apenas a imprensa e o grupo que ocupa a Casa puderam acompanhar, a entrada da Câmara foi isolada por policiais militares e houve um tumulto com manifestantes no local. Dois deles foram presos por desacato e levados para a 5ª DP. O vereador Professor Uóston (PMDB), relator da CPI, foi atingido por um ovo jogado por manifestantes ao deixar a Casa.

Por volta das 16h, dez policiais militares do GPPM (Grupamento de Policiamento de Proximidade em Multidões), da PM, se encontravam dentro do prédio.

Ao dar inicio à reunião, o presidente da comissão, Chiquinho Brazão (PMDB) convidou o vereador Eliomar Coelho (PSOL), que propôs a CPI, a se sentar à mesa. Coelho recusou, afirmando que não participaria da sessão por "não encontrar legitimidade" nas ações dos outros quatro membros, e pelo fato da sociedade não poder participar. Brazão tentou impedi-lo de falar, dando inicio à sessão. Em seguida, Coelho se retirou da sala juntamento com o primeiro suplente, Reimont (PT). O vereador Marcelo Queiroz (PP), segundo suplente, integrou a mesa.  Apesar de ter se retirado da sessão, Eliomar Coelho disse que não vai renunciar à comissão.

Durante a sessão, o vereador Professor Uóston disse "lastimar" a ausência de Eliomar Coelho na mesa. "Espero e solicito que ele apresente sugestões para o desenvolvimento da comissão, porque senão eu ficarei com a impressão de que ele não quer que a CPI se desenvolva", declarou.

Os dez manifestantes que estão ocupando a Câmara permaneceram no local, com mordaças pretas na boca, e passaram a maior parte da sessão em silêncio. Em um momento eles perguntaram, em uníssono, "onde está o povo?". A sessão foi fechada para o público, e apenas a imprensa e os manifestantes que ocupam a Casa puderam acompanhar os trabalhos.

Na quarta-feira (14), os vereadores contrários ao início dos trabalhos da CPI protocolaram um ato administrativo no gabinete da presidência da Casa para tentar impedir que a reunião ocorresse, mas sem sucesso. A decisão de dar entrada em um ato administrativo foi tomada durante uma reunião dos vereadores Eliomar Coelho, Jefferson Moura, Renato Cinco e Paulo Pinheiro, do PSOL; Teresa Bergher (PSDB), Márcio Garcia (PR) e Reimont (PT), no auditório.

Depois do encontro, Jefferson Moura informou que as assessorias jurídicas desses vereadores participaram das discussões e os aconselharam a adotar o dispositivo. (Com Estadão Conteúdo)