Roberto Jefferson é transferido para penitenciária em Niterói (RJ)
Condenado no julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) foi transferido para o Instituto Penal Coronel PM Francisco Spargoli Rocha, em Niterói, na região metropolitana do Rio, por volta das 20h10, onde cumprirá sua pena no regime semiaberto
ENTENDA A DIFERENÇA ENTRE OS CASOS
José Genoino (PT-SP) | Roberto Jefferson (PTB-RJ) |
Cardiopatia | Câncer no pâncreas |
Perícia foi feita por cinco médicos da UnB e do Hospital Universitário de Brasília | Perícia feita por junta médica composta por ao menos três médicos oncologistas no Inca, no Rio |
Está preso desde o dia 15 de novembro | Jefferson aguarda o Supremo expedir seu mandado de prisão em regime semiaberto |
A perícia só foi feita após o deputado passar mal na prisão e sua defesa entrar com pedido no STF para prisão domiciliar | STF determinou a perícia médica para definir se ele deve cumprir a sua pena de 7 anos em casa, como pedido por sua defesa |
Antes disso, Jefferson havia sido preso no início da tarde desta segunda-feira (24) e admitido no sistema prisional do Estado do Rio no presídio Ary Franco, em Água Santa, na zona norte do Rio, por volta das 16h15.
Após passar por avaliação médica na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Dr. Hamilton Agostinho Vieira de Castro, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Jefferson foi transferido pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro para a unidade prisional localizada em Niterói.
Antes da transferência, o advogado de Jefferson, Marcos Pedreira de Lemos, disse, em rápida entrevista, que preferia que seu cliente fosse levado para o Instituto Ismael Pereira Sirieiro, também em Niterói, por considerar a instituição "mais adequada" para o cumprimento da pena.
Mais cedo, ele passou por exames no IML (Instituto Médico Legal) no Rio.
Ele foi preso em frente à sua casa na cidade de Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro.
O ex-deputado começará a cumprir a sua pena de sete anos 14 dias por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, inicialmente no regime semiaberto no Instituto Penal Coronel PM Francisco Spargoli Rocha, na cidade de Niterói, localizada na região metropolitana do Rio.
Por conta dos seus problemas de saúde, decorrentes de um câncer de pâncreas, a defesa de Jefferson havia pedido que ele ficasse cumprindo a pena em prisão domiciliar.
No entanto, na sexta, Barbosa negou o pedido por entender que o sistema penitenciário tem como oferecer condições para ele seguir o tratamento.
O ex-deputado deverá cumprir a pena no regime semiaberto. Pela lei, penas de 4 a 8 anos são cumpridas no semiaberto, em que o preso pode, mediante autorização judicial, sair durante o dia para trabalhar.
"Acostumado a sofrer"
Mais cedo, ele havia usado a sua conta no microblog Twitter para dizer que a prisão é “o meu destino”, acrescentando que, por ser botafoguense, está “acostumado a sofrer”, além de entender que “Deus só dá carga para quem pode carregar”.
“Estou em paz, a prisão é o meu destino e vou cumprir. Sou botafoguense, estou acostumado a sofrer”, escreveu. “Deus só dá carga para quem pode carregar. Sou 'harleiro' [referência a quem gosta das motos Harley Davidson] e botafoguense, estou acostumado a sofrer.”
Neste domingo, o ex-deputado saiu às 8h de casa para passear de moto e quando voltou, por volta das 11h30, disse que estava "apenas curtindo os últimos momentos de sua liberdade".
A ordem de prisão foi dada pelo presidente do STF e relator do caso, ministro Joaquim Barbosa, na sexta-feira (21), mas o mandado de prisão só foi enviado para a Polícia Federal nesta segunda. Enquanto isso, Jefferson aguardava em sua casa.
Delator do mensalão
No dia 6 de junho de 2005, o jornal ''Folha de S.Paulo'' publicou uma entrevista com Jefferson na qual ele revelava a existência do pagamento de propina para parlamentares (veja abaixo).
Segundo o então presidente do PTB, congressistas aliados recebiam o que chamou de um "mensalão" de R$ 30 mil do então tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
O esquema teria sido realizado entre 2003 e 2004, segundo relatório final da CPI dos Correios, e durado até o início de 2005.
Jefferson afirmou ainda que falou do esquema para o presidente Lula, mas o ex-presidente sempre negou ter conhecimento do esquema. (Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)
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