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PT quer candidatura única para substituir deputado ligado a doleiro

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

06/05/2014 14h19

O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), disse nesta terça-feira (6) que vai trabalhar para que não haja outra candidatura, além da indicação oficial do partido, para substituir o deputado licenciado André Vargas (sem partido-PR) na vice-presidência da Casa.

"Acredito que não [haverá candidatura avulsa]. (...) Claro que regimentalmente isto é possível”, disse, acrescentando que o ideal é que o plenário apenas confirme a indicação do nome.

“Eu vou trabalhar para duas coisas: para jamais levar [a decisão sobre a escolha] para o plenário e para ter uma candidatura unitária internamente [em referência às disputas entre as alas do partido]. Agora, é claro, é um partido democrático que discute e avalia”.

A bancada petista se reúne hoje à tarde para definir a indicação de quem irá preencher a vaga. A votação no plenário está marcada para amanhã.

Alvo de processo no Conselho de Ética, Vargas renunciou ao cargo após vir à tona a sua relação com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal acusado de chefiar esquema bilionário de lavagem de dinheiro.

Pela proporcionalidade das bancadas, a vice-presidência cabe a um deputado do PT. Além da indicação oficial, o pleito poderá ter candidatos avulsos, mas desde que sejam do PT.

Entre os nomes mais cotados estão o de Luiz Sérgio (PT-RJ) e o de Paulo Teixeira (PT-SP), que chegou a disputar a vice-presidência com Vargas em 2012.

“Temos uma felicidade muito grande, porque temos muitos candidatos, muita gente boa, não vou falar de nomes, porque se eu falar de um nome, vou prejudicar os outros, se eu falar de dois... então, temos que aguardar”, disse Vicentinho.

Saia justa

Ao final da entrevista, Vicentinho resolveu dar a palavra a um representante da área de saúde que foi ao Congresso pressionar para a aprovação de um projeto de interesse da categoria e passou por uma saia justa.

Ao ser questionado diante das câmeras por que havia retirado sua assinatura de um abaixo-assinado pelos líderes das bancadas em apoio ao projeto que estabelece carga horária máxima de 30 horas semanais para enfermeiros e técnicos em enfermagem, Vicentinho rebateu, visivelmente constrangido.

“Eu não sabia que ia me constranger assim, meu irmão, mas você tem o direito de fazer isso. (...) Sou líder da bancada, não sou mais o deputado, você devia saber disso, e tem relação com meu governo. (...) O meu papel é costurar a aprovação do projeto. Não só assinei, como apoio o projeto, mas, como não falo mais em meu nome, falo em nome de uma bancada toda, eu retirei”, disse.