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Advogado nega que Youssef tenha patrimônio maior que o declarado

O advogado do doleiro Alberto Youssef, Antonio Figueiredo Basto, chega ao prédio da Justiça Federal no Paraná - Vagner Rosário/Futura Press - 2.fev.2015/Estadão Conteúdo
O advogado do doleiro Alberto Youssef, Antonio Figueiredo Basto, chega ao prédio da Justiça Federal no Paraná Imagem: Vagner Rosário/Futura Press - 2.fev.2015/Estadão Conteúdo

Bruna Borges

Do UOL, em Curitiba

02/02/2015 14h36Atualizada em 03/02/2015 08h31

O advogado do doleiro Alberto Youssef, Antonio Figueiredo Basto, negou nesta segunda-feira (2) que o seu cliente tenha um patrimônio maior que o declarado à Justiça Federal do Paraná. Leonardo Meirelles, sócio de Youssef, afirmou ao jornal “Folha de S.Paulo” que o doleiro teria um um patrimônio “oculto” e que supera o valor que ele teria assumido para realizar a delação premiada, de cerca de R$ 50 milhões.

“É mentirosa [a declaração]. Ele é inimigo de meu cliente. Nós vamos desmascarar essa declaração”, disse Basto.

O advogado disse também que Meirelles nunca foi sócio de Youssef e que “apenas fez uma operação” para o doleiro, mas não explicou qual seria esta operação.

Caso seja comprovado que Youssef mentiu durante a delação, o acordo pode ser anulado. O doleiro fez o acordo com Ministério Público Federal de passar informações que contribuam para a investigação das irregularidades identificadas pela Polícia Federal por meio da operação Lava Jato. Em troca, Youssef receberá uma pena mais branda se de fato suas informações ajudarem na investigação.

O advogado disse ainda que pretende fazer uma acareação entre Meirelles e Youssef para comprovar que a declaração sobre o patrimônio seria falsa.

“Não é uma acusação formal, é uma acusação feita pela imprensa. Tem que provar. Quem fala, prova, ele fez duas acusações nos autos e não provou nenhuma”, disse Basto.

Nesta segunda começam as audiências com as testemunhas da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná em Curitiba. Devem depor hoje Márcio Adriano Anselmo, que é delegado da Polícia Federal e um dos coordenadores da operação Lava Jato; o empresário Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, executivo da Toyo Setal; e o consultor Julio Gerin de Almeida Camargo, que prestou serviço ao grupo Toyo Setal.

Os executivos também fizeram delação premiada e foram os primeiros a dar detalhes sobre o esquema de pagamento de propina pelas empreiteiras para conseguir fechar negócios com a Petrobras.

As testemunhas serão ouvidas pelo juiz federal Sérgio Moro em audiências fechadas. Os réus do processo podem acompanhar as audiências. O doleiro Youssef acompanha a sessão de hoje e, segundo seu advogado, deve estar presentes nas seguintes. Estão previstas onze audiências a partir desta segunda-feira até o dia 18 de fevereiro.