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Um dia após protestos, governo fala em "humildade"

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

16/03/2015 14h23

Um dia após os protestos contrários à presidente Dilma Rousseff  que mobilizaram 2 milhões de pessoas no último domingo (15), o governo disse que vai "ouvir" as manifestações com "humildade".

Em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (16) no Palácio do Planalto, em Brasília, os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e de Minas e Energia, Eduardo Braga, voltaram a defender o governo.A entrevista concedida nesta segunda-feira (16) foi a segunda em menos de 24 horas.

Na manhã desta segunda-feira, a presidente se reuniu com o vice-presidente da República, Michel Temer, e dez ministros.

Eduardo Braga disse que o governo tem enfrentando a crise econômica com “humildade”. “O governo entende também que, com humildade, tem buscado enfrentar uma grande crise econômica não só nos nossos países parceiros, mas também uma crise que bateu à nossa porta. O governo entende que governa para os 200 milhões de brasileiro, para aqueles que votaram e confiaram no projeto e para aqueles que votaram contra”, disse.

O termo humildade foi novamente utilizado por José Eduardo Cardozo ao falar sobre como o governo iria lidar com as manifestações realizadas nos últimos dias. "Foi muito feliz o ministro Eduardo Braga em dizer que ouvir exige um ato de humildade e um ato de respeito. E o governo respeita e quer ouvi-las", afirmou.

Além de Cardozo e Braga, os ministros reunidos com Dilma hoje foram:  Aloizio Mercadante (Casa Civil), Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia), Pepe Vargas (Relações Institucionais), Gilberto Kassab (Cidades), Eliseu Padilha (Aviação Civil), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência), Thomas Traumann (Comunicação Social) e Jaques Wagner (Defesa).

Após o encerramento dos protestos de ontem, Cardozo e Rossetto avaliaram como “legítimas” as manifestações. Cardozo chegou a dizer que os protestos expressavam o "desejo de todos os brasileiros de combater a corrupção e a impunidade".

Rossetto, por sua vez, disse que as manifestações teriam partido de segmentos da população tradicionalmente críticos e criticou os que pediram o impeachment da presidente Dilma. “As manifestações contrárias ao governo são legítimas. O que não é legítimo é o golpismo, a intolerância, o impeachment infundado que a agride a democracia", disse Rossetto.