AGU critica e pedirá afastamento do relator de contas de Dilma no TCU
A Advocacia-Geral da União criticou a postura e pedirá o afastamento do ministro Augusto Nardes, relator de processo que avalia o balanço do governo federal, por ter antecipado publicamente seu voto pela rejeição das contas de 2014 do governo Dilma Rousseff no TCU (Tribunal de Contas da União).
Os ministros Luís Inácio Adams, da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Nelson Barbosa, do Planejamento, concederam entrevista coletiva na tarde deste domingo (4).
Adams afirma que AGU reuniu mais de duas mil páginas com declarações de Nardes antecipando opinião e voto. "Essa prática, que é vedada, foi reiterada" e piorou desde o dia 11 de setembro. O ministro citou, como exemplo, uma declaração do relator afirmando que TCU iria "fazer história".
O pedido de afastamento terá de ser avaliado antes mesmo das contas do governo, cujo julgamento está previsto para quarta-feira desta semana. Caso seja confirmada a infração de conduta de Nardes, terá de ser definido um novo relator para o processo.
Segundo Cardozo, a intenção com a arguição de suspeição não é atrasar o processo, mas "sanear" um vício. "O objetivo não é o adiamento, o objetivo é que a lei seja cumprida", disse Cardozo, acrescentando que o governo pode recorrer a outras instâncias, caso esse vício não seja sanado.
Nardes diz que não antecipou opinião
Em nota divulgada na noite de domingo, Nardes disse que "não antecipou sua opinião final acerca da apreciação dessas contas". O ministro do TCU afirmou que apenas disponibilizou, na quinta-feira (1º), "minuta de relatório e do parecer prévio aos demais ministros, uma vez que o Regimento Interno do TCU exige que a distribuição dessas peças aos seus pares se faça em até cinco dias antes da data da sessão".
Julgamento de contas com 'pedaladas'
O TCU apreciará na próxima quarta-feira (7) as contas de Dilma. Os demais ministros vão avaliar se seguem ou não a proposta de Nardes. Eventual parecer adverso ao Planalto pode desencadear um processo de impeachment da presidente no Congresso por suposto crime de responsabilidade, patrocinado pela oposição e setores rebelados da base aliada.
Na entrevista coletiva deste domingo, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, voltou a defender a prestação de contas do governo federal de 2014 e disse que o TCU adotou critérios diferentes do que vinham sendo utilizados para aprovação das contas federais em outros anos.
* Com Reuters
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