Cunha defende projeto que dificulta aborto: "meu eleitor pensa daquele jeito"
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autor do projeto de lei que, na prática, dificulta o acesso ao aborto nos casos em que ele é permitido, defendeu a proposta nesta terça-feira (3) ao afirmar que as pessoas que o elegeram estão de acordo com a proposição.
“A minha representação, [pela] a qual eu fui eleito, pensa daquele jeito, o que significa que eu posso propor projetos desse jeito”, disse. “Tem que separar o presidente da Câmara do parlamentar, autor de proposições como qualquer outro dentro da sua representação”, afirmou o deputado.
O projeto foi aprovado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e agora precisa passar pelo plenário da Câmara e também pelo Senado.
O texto prevê pena de seis meses a dois anos de prisão para quem vender ou entregar de forma gratuita “substância ou objeto destinado a provocar aborto”, ou orientar e instruir grávidas sobre como praticar o ato.
Críticos da proposta afirmam que isso pode dificultar o acesso ao aborto mesmo quando ele é permitido, como nos casos de gravidez que resulta de estupro ou quando a gestação traz risco para a vida da mãe.
Cunha afirmou que a tramitação da proposta não será agilizada pelo fato de ele ser o presidente da Câmara. “Meus projetos vão andar normalmente, como andam os projetos de qualquer deputado”, afirmou.
Segundo o deputado, para entrar na pauta de votação do plenário o projeto terá, como os demais, que ser apoiado por um requerimento de urgência, subscrito pela maioria dos parlamentares.
“Eu como presidente da Câmara tenho que pautar aquilo que a Casa assim o entender, com procedimentos que são requerimentos de urgência, aprovados pela maioria da Casa”, afirmou Cunha. “Não fiz diferente com nenhuma matéria até agora, não seria com essa que eu faria”, disse.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.