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Adversários "inventam motivos" para impeachment, diz Dilma

UOL Notícias

Do UOL, em São Paulo

16/12/2015 20h11

A presidente Dilma Rousseff afirmou na noite desta quarta-feira (16) que seus adversários políticos "inventam motivos" para justificar seu processo de impeachment. "A Constituição prevê os casos em que podem ocorrer um processo de impeachment. O que a Constituição não prevê é a invenção de motivos". Ela acrescentou que "aqueles que tentam saltar a eleição direta, para chegar o poder, oscilam entre invenções e falácias. Não há como justificar o atentado que eles querem cometer contra a democracia e é isso que chamamos de golpe."

Dilma discursou no estádio Mané Garrincha, em Brasília, durante a abertura da 3ª Conferência Nacional da Juventude. O ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, participou da cerimônia. O público presente gritou "não vai ter golpe e vai ter luta!", além de cantar parabéns para a presidente, que fez aniversário de 68 anos na segunda-feira (14).

Em vários momentos de seu discurso, a presidente usou reiteradas vezes as palavras "retrocesso" e "falta de razão" e "golpe" para qualificar aqueles que desejam seu afastamento da Presidência República. "Certamente nós não permitiremos que a nossa jovem democracia seja golpeada, agredida ou desrespeitada. Vamos garantir que seja respeitado o resultado das eleições."

Dilma voltou a justificar as chamadas "pedaladas fiscais" ao afirmar que os recursos foram usados para garantir a manutenção dos programas sociais Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. Em outro momento, ela afirmou que "crise política" só é motivo para afastamento do chefe de governo quando o regime adotado é o parlamentarismo. "No regime presidencialista, adotado em nosso país, quem decide é o voto majoritário".

Antes do discurso de Dilma, o presidente do Conjuve (Conselho Nacional de Juventude), Daniel de Souza, criticou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que acatou no dia 2 de dezembro um pedido de abertura de impeachment contra a presidente. O caso está suspenso na Câmara à espera da decisão do STF sobre o rito do processo.

Vinculado à Secretaria-Geral da Presidência da República, o Conjuve é um conselho composto por representantes da sociedade civil e do governo, com a atribuição de formular e propor diretrizes voltadas para as políticas públicas de juventude.