Ministro licenciado do governo contraria seus pares e vota a favor do impeachment
Dois dos três deputados e ex-ministros do governo Dilma Rousseff, Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde), ambos do PMDB, confirmaram o que havia sido antecipado ao longo da semana e votaram contra o impeachment da presidente neste domingo (17). Já Mauro Lopes, (Aviação Civil), contrariou os dois, e votou a favor do prosseguimento do processo. Patrus Ananias, do PT (Desenvolvimento Agrário) votou contra.
"Que se mantenha a coerência de toda uma vida. É necessário manter a esperança daqueles que esperam ter uma casa própria do Minha Casa, Minha Vida. Pedalada fiscal não é crime. Voto não", justificou Pansera
Pansera tinha pedido licença do seu posto para participar da votação. “Eu votei na presidente e no vice-presidente. Se é para manter os programas sociais e se não tem fato determinado, por que o impeachment? Qual o sentido do impeachment?”, disse, na última terça-feira, à “Folha de S.Paulo”.
Já Castro disse, em seu discurso, que "todo esse processo é artificial, é forjado, é falso" e que por isso votaria contra o impeachment.
Mauro Lopes, por sua vez, agradeceu à presidente, mas afirmou que votaria sim por lealdade ao partido.
Principal partido da base aliada do governo e maior bancada na Câmara dos Deputados, o PMDB anunciou sua saída do governo no último dia 20 de março. Em uma reunião de apenas três minutos, o senador Romero Jucá, vice-presidente do partido, pediu a entrega de todos os cargos.
“Ninguém no país está autorizado a exercer qualquer cargo federal em nome do PMDB”, disse Jucá, classificando como “histórica” a reunião promovida pelo partido. “O PMDB se retira da base de governo da presidente Dilma Rousseff.”
O chamado “desembarque” gerou resposta enérgica do governo. Em um pronunciamento que vazou na madrugada deste sábado, a presidente Dilma Rousseff se referiu ao vice Michel Temer e ao presidente da Câmara Eduardo Cunha, ambos do PMDB, como “golpistas”.
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