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Rosso confirma candidatura à presidência da Câmara e vê resultado "imprevisível"

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

11/07/2016 12h19Atualizada em 11/07/2016 13h25

O líder do PSD, Rogério Rosso (DF), anunciou sua candidatura à presidência da Câmara nesta segunda-feira (11) em entrevista a jornalistas na Câmara. Rosso, tido como um dos favoritos na disputa, disse ter oficializado seu nome na disputa apenas quando percebeu que ele não acirraria um racha na base aliada do governo interino de Michel Temer.

Apesar disso, outros deputados da base de Temer também estarão na disputa. Diante do provável grande número de candidaturas, Rosso classificou como "imprevisível" o resultado. "O consenso [na base] está sendo buscado", declarou.

A Câmara deve eleger na próxima quarta-feira (13), às 19h, o sucessor de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou ao cargo na última quinta-feira (7).

Segundo Rosso, o registro oficial da candidatura será feito apenas depois da definição das regras da sessão de votação, o que deve ser feito na tarde de hoje, em reunião da Mesa Diretora da Câmara.

Rosso afirmou que o chamado "centrão", bloco informal que reúne 13 partidos, não terá uma candidatura única, já que diversos deputados do grupo devem entrar na disputa, mas negou que isso represente um “racha” na base do governo Temer.

“[Haver] racha depende da atitude de cada candidato”, disse. Ele afirmou que pretende conversar com os adversários para propor um “pacto de elegância” na disputa.

O deputado também rejeitou, ao ser questionado por jornalistas, a afirmação de que sua candidatura sofreria a influência do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Segundo Rosso, ele mantinha apenas uma relação de “respeito” com Cunha, por ser ele líder de seu partido e o peemedebista, presidente da Câmara.

Conheci Eduardo Cunha nessa legislatura. E, como líder do partido, tenho como responsabilidade ter uma relação no mínimo respeitosa com o presidente da instituição. Não se pode confundir com um apoiamento histórico

Rogério Rosso, deputado

"A forma mais fácil de desconstruir uma candidatura hoje é alinhar a deputado A ou B", completou.

Sobre o papel do futuro presidente da Câmara, que deverá exercer um mandato tampão até janeiro, quando há novas eleições, Rosso afirmou que pretende garantir governabilidade ao presidente interino.

“Nós vivemos num momento onde a governabilidade precisa ser garantida”, afirmou.

Questionado se está feliz em confirmar a candidatura, Rosso disse "estar igualzinho" e rebateu a rótulo de favorito na eleição. "Estou igualzinho. Tenho a humildade real de entender que quando colocam favoritismo numa candidatura é porque ela não é favorita", disse.

Rosso foi presidente da comissão do impeachment da Câmara e votou favoravelmente ao prosseguimento do processo contra a presidente afastada, Dilma Rousseff.

Outros candidatos

Seis deputados já haviam registrado suas candidaturas à presidência da Câmara até as 11h desta segunda. A expectativa é de que a eleição seja realizada na noite da quarta-feira (13), após acordo entre o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), e a base do governo Temer. Veja quem já oficializou a candidatura: Fausto Pinato (PP-SP). Carlos Henrique Gaguim (PTN-TO), Carlos Manato (SD-ES), o ex-ministro da Saúde Marcelo Castro (PMDB-PI), Fábio Ramalho (PMDB-MG) e Heráclito Fortes (PSB-PI). Também são apontados como prováveis candidatos Beto Mansur (PRB-SP) e, com o apoio da antiga oposição ao governo Dilma Rousseff, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Para ser eleito presidente da Câmara é necessário ter 257 dos 513 votos possíveis (no momento, apenas 512 pelo fato de Cunha estar afastado da função por determinação do STF). Se nenhum dos postulantes tiver 257 votos, os 2 mais bem colocados disputam novamente em 2º turno. Não está claro ainda quanto tempo será concedido a todos os partidos para negociarem apoios entre o 1º e o 2º turnos, o que pode tornar a eleição ainda mais demorada.