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Não vejo problema em Moro receber Lula, diz Gilmar ao explicar encontro com Temer

Gilmar (esq.) não vê "nenhum problema" em Moro (dir.) encontrar-se com Lula - 1.dez.2016 - Jane de Araújo/Agência Senado
Gilmar (esq.) não vê "nenhum problema" em Moro (dir.) encontrar-se com Lula Imagem: 1.dez.2016 - Jane de Araújo/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

04/07/2017 10h21Atualizada em 04/07/2017 10h21

Ao explicar o jantar em que recebeu, em sua casa, o presidente Michel Temer (PMDB) e os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil) na semana passada, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes, disse que foi um encontro “absolutamente normal”, para tratar de reforma política. No mês passado, Mendes proferiu o voto decisivo no julgamento que absolveu a chapa Dilma-Temer da acusação de abuso de poder econômico.

“Nós estamos discutindo aqui, desde o primeiro dia na minha gestão na presidência [do TSE], a reforma política. E temos conversado com todos os atores”, disse em entrevista ao jornal “O Globo”. Originalmente, estava prevista na reunião a presença apenas do ministro Moreira Franco. Temer avisou que estaria no encontro no final da tarde. “Estamos discutindo questões que precisam ser encaminhadas”.

Para sustentar sua tese de que a reunião teria sido normal, Gilmar diz que “não veria nenhum problema de o juiz Sergio Moro receber o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou [o ex-ministro] José Dirceu”. Lula é réu em dois processos conduzidos por Moro na Operação Lava Jato e Dirceu já foi condenado em outros dois. "Agora, também não veria nenhum problema de o juiz Moro receber o presidente Lula ou José Dirceu", disse o magistrado.

Ele explica sua observação ao relatar seu encontro com Temer. “Eu sou presidente do TSE e tenho que falar, por exemplo, sobre eleições. Com quem eu converso? O presidente não deixa de ser presidente pelo fato de ter uma denúncia oferecida. Eu recebi Temer não na condição de alguém que tenha uma denúncia. Eu conversei com ele como chefe de estado, chefe de governo, e eu como presidente do TSE. Foi nessa condição”.

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