Brasil é país em que "cada um quer derrubar o outro", diz Temer
O presidente da República, Michel Temer (PMDB), afirmou nesta terça-feira (12), sem citar nomes, que o Brasil é um país em que “cada um quer derrubar o outro” durante discurso em evento no Palácio do Planalto com ministros, empresários e representantes sindicalistas.
A declaração ocorre no dia seguinte à conclusão de um inquérito da Polícia Federal, enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), afirmar que o presidente tinha o comando de uma organização criminosa formada por integrantes do PMDB da Câmara.
Segundo o relatório, Temer se usava de terceiros para executar tarefas e recebeu pelo menos R$ 31,5 milhões. O parecer poderá servir de base para a nova denúncia a ser apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ainda nesta semana.
Na fala, Michel Temer disse que “não conseguem” atrapalhar o governo porque o Brasil “não para”. Segundo ele, o povo consegue encarar os problemas, que nem sempre seriam verdadeiros.
“É uma coisa [diálogo] muito importante no país em que cada um quer derrubar o outro, cada um quer derrotar o outro, cada um que encontrar o caminho para verificar como é que atrapalha o outro. Não conseguem, porque o Brasil não para. O povo brasileiro é maior do que toda e qualquer crise. O povo brasileiro é capaz de encarar os problemas, muitas vezes artificialmente criados, e dizer eu não vou no artifício, eu vou na realidade. A realidade é o crescimento do país”, declarou.
Após o evento, o ministro da Secretaria-Geral da República, Moreira Franco, não quis comentar o relatório da PF quando questionado pela imprensa e saiu do salão sem conceder entrevistas.
Ele é um dos alvos do relatório da PF junto ao ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, os ex-presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ) e Henrique Eduardo Alves (RN), além do ex-ministro Geddel Vieira Lima (BA). Os três últimos estão presos em decorrência da Operação Lava Jato.
"Facínoras roubam do país a verdade"
Em nota da Presidência da República divulgada mais cedo, o Planalto disse que “facínoras roubam do país a verdade” e vazamentos resultam em conclusões que transformam em crime ações respaldadas em lei, novamente sem citar nomes. O texto afirma também que se tenta condenar pessoas sem sequer ouvi-las e sem verificar a existência de provas reais.
Para a Presidência, mesmo quando há testemunhos, prefere-se ignorar “toda a coerência de fatos e das histórias narradas por criminosos renitentes e persistentes”.
“Facínoras roubam do país a verdade. Bandidos constroem versões 'por ouvir dizer' a lhes assegurar a impunidade ou alcançar um perdão, mesmo que parcial, por seus inúmeros crimes. Reputações são destroçadas em conversas embebidas em ações clandestinas”, afirma a nota assinada pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, ao acrescentar que “muda-se o passado sob a força de falsos testemunhos”.
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