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Alerj pedirá à Dodge investigação sobre declarações de ministro da Justiça

Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro ), no centro do Rio - Rafael Andrade/Folhapress
Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro ), no centro do Rio Imagem: Rafael Andrade/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

31/10/2017 17h36Atualizada em 31/10/2017 17h37

A Comissão de Segurança Pública da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) vai enviar uma representação à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pedindo apuração das declarações do ministro da Justiça, Torquato Jardim, sobre a segurança pública do Estado.

Em entrevista ao blogueiro do UOL Josias de Souza nesta terça-feira (31), Torquato declarou que Pezão, e o secretário de Segurança do Estado, Roberto Sá, não controlam a Polícia Militar. Para ele, o comando da PM no Rio decorre de “acerto com deputado estadual e o crime organizado.” O ministro ainda acrescentou que “comandantes de batalhão são sócios do crime organizado no Rio”.

Presidente da comissão, a deputada Martha Rocha (PDT) classificou a afirmação como leviana e irresponsável. "Essa comissão não vai se calar diante da declaração do ministro. Temos que ser incisivos e interpelar o ministro. O mínimo que podemos exigir é que ele esclareça com nomes, datas e fatos do que disse", disse.

O tema também foi abordado em discursos durante a sessão plenária desta terça-feira. O deputado Flávio Bolsonaro (PSC) disse que recebeu ligações de policiais reclamando das declarações.

"Os oficiais estão revoltados com esta leviandade do ministro. 'Estou perdendo gente todo dia do meu efetivo e ainda tenho que ler isso?' me disse um deles", afirmou Bolsonaro. "Ou o ministro prova o que disse, ou pede para sair do cargo."

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Para o deputado Luiz Paulo (PSDB), a obrigação do ministro é garantir as investigações e a atuação das forças sob sua responsabilidade. "Se ele tem desconfianças, que investigue. Mas não diga de forma que atinge a todos, sem exceção. Isso não é comportamento de um ministro da Justiça", afirmou.

O deputado Paulo Ramos (PSol) afirmou que o ministro é irresponsável, e cobrou respostas. "Sendo ele ministro da Justiça, a primeira obrigação seria mandar apurar. Na medida em que ele faz essas declarações, já há a obrigatoriedade de chamá-lo a responsabilidade", declarou.

O Rio de Janeiro vive hoje uma situação de vulnerabilidade. Nós temos hoje uma sociedade encurralada, exposta.

Raul Jungmann, ministro da Defesa

Segundo Martha Rocha, que já exerceu o cargo de delegada, o ministro da Justiça tem o dever de apontar os suspeitos envolvidos no crime organizado.

O deputado Carlos Osório (PSDB) reforçou as críticas contra Jardim. "Não é admissível que se faça acusações desse tipo sem solicitar a abertura de inquéritos e sem nominar diretamente aqueles que estão influindo negativamente na segurança pública no nosso Estado", disse.

Presidente da Alerj rebate críticas

O presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), rebateu nesta terça-feira (31) as declarações do ministro da Justiça, Torquato Jardim, que afirmou, em entrevista ao blog do colunista do UOL Josias de Souza, que as autoridades do Rio não controlam a Polícia Militar.

Segundo o chefe do Legislativo fluminense, o ministro "mente", é "irresponsável" e "age com má-fé". "Quando ele acusa todos os comandantes de estarem acumpliciados com o crime organizado, ele mente. A polícia tem punido os seus maus profissionais", declarou o deputado estadual, em vídeo publicado no Facebook.

Presidente da Alerj rebate críticas de ministro da Justiça

UOL Notícias