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FHC diz que não vai atirar pedras em Lula e que criminalizá-lo é papel da Justiça

Do UOL, em São Paulo

14/12/2017 20h25

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou nesta quinta-feira (14) que não é papel de qualquer político criminalizar o também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em vídeo divulgado por ele nas suas redes sociais, o líder tucano afirmou que “sem de antemão estar perdoando”, não se deve “estar jogando pedra antecipadamente” no petista.

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Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em julho deste ano pelo juiz federal Sergio Moro na ação penal que ficou conhecida como caso tríplex. O julgamento do recurso da defesa do ex-presidente contra a sentença foi marcado para o dia 24 de janeiro. Caso seja condenado pelos desembargadores que compõem a 8ª Turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), o ex-presidente e pré-candidato do PT as eleições de 2018 ficará inelegível pela Lei da Ficha Limpa.

“Acho que é muito importante nesse momento, em que todo mundo joga pedra em todo mundo, que nós tenhamos um certo equilíbrio e saibamos separar, sem nos comprometer e sem de antemão estar perdoando, e também não estar jogando pedra antecipadamente”, afirmou FHC.

Fernando Henrique Cardoso disse ainda que não se deve apostar na criminalização de Lula para vencer as eleições do ano que vem e que não lhe parece ser “um espantalho” que o petista seja derrotado nas urnas, devido a sua “maior fragilidade”.

“Reafirmo que o presidente Lula perdeu para mim duas vezes em eleições e no primeiro turno. Então eu dizia para o PSDB que não me parece que seja um espantalho derrotar alguém que nessa situação atual tem maior fragilidade do que teve no passado”, disse.

O tucano gravou o vídeo para explicar as declarações dadas por ele na semana passada durante a Convenção Nacional do PSDB, que elegeu o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como presidente da sigla. Na ocasião, FHC afirmou que preferia ver Lula na disputa eleitoral a vê-lo preso.

“Eu não estou querendo nem absolver, nem condenar ninguém. Eu posso condenar, e condeno, os erros políticos, os malfeitos políticos, a corrupção que se sistematizou, mas imputação pessoal de crime não é papel de líder político, é papel da Justiça”, disse.